Rangel desvaloriza "bullying" da Rússia sobre entrega de helicópteros

O Governo português desvalorizou hoje ameaças do Governo russo de que haverá "retaliações" contra Portugal pela entrega de helicópteros 'Kamov' à Ucrânia, acusando o Kremlin de fazer "algum 'bullying'" a países europeus.

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© PSD/ Flickr

Lusa
03/10/2024 20:43 ‧ 03/10/2024 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Já estamos habituados a que a porta-voz do Kremlin de vez em quando faça algum 'bullying' sobre as posições portuguesas, mas não só, vai distribuindo pelos diferentes países europeus à vez", comentou hoje o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, durante o debate parlamentar sobre a presidência húngara do Conselho da União Europeia e a participação de Portugal no processo de construção europeia.

 

Rangel respondia a perguntas do deputado da Iniciativa Liberal Bernardo Blanco sobre declarações da porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, segundo as quais haverá "medidas de retaliação" contra Portugal e outros países da União Europeia pelo envio para a Ucrânia de material de uso militar como os helicópteros 'Kamov'.

"Já anunciámos que encaramos a entrega de [helicópteros] Kamov à Ucrânia como uma medida hostil em relação ao nosso país, medida que faz parte da caminhada dócil e inconsciente de Portugal e de outros países da União Europeia pela trajetória desenhada por Washington", afirmou a representante da diplomacia russa, há cerca de duas semanas.

"Encaramos isso sempre com grande respeito pelo povo russo, pela nação russa, pelo Estado russo, embora condenando de forma muito veemente as ações do regime de [Vladimir] Putin e do regime russo", respondeu Rangel, que classificou a posição russa como "uma retórica habitual".

Portugal enviou para a Ucrânia seis helicópteros russos destinados ao combate a incêndios, o que foi criticado por Moscovo, que disse não ter dado consentimento para a entrega dos aparelhos e que o objetivo da transferência não é o combate a incêndios.

Leia Também: Rangel repudia acusação do BE de ser "barqueiro do genocídio"

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