"A operação levada a cabo pelas nossas forças armadas há alguns dias foi totalmente legítima", disse o 'ayatollah' Khamenei durante um sermão numa grande mesquita por ocasião das orações de sexta-feira, citado pela agência francesa AFP.
Khamenei também descreveu como legítimo o ataque do grupo palestiniano Hamas contra Israel em 07 de outubro de 2023, que desencadeou o conflito em curso na região.
O líder supremo do Irão disse que a luta do partido libanês Hezbollah, apoiado por Teerão, presta um "serviço vital a toda a região".
Khamenei disse que Israel "não pode prejudicar seriamente" o Hezbollah e o Hamas, e que os aliados do Irão "não vão recuar".
"A resistência na região não recuará, apesar dos seus mártires, e conquistará a vitória", declarou, durante uma rara pregação em Teerão, proferida principalmente em árabe, segundo a AFP.
Israel "não tem muito mais tempo" para viver, afirmou.
Segundo Khamenei, o ataque do Irão contra Israel, na terça-feira, é a menor das respostas.
"O que as nossas forças militares fizeram foi o menor dos castigos para a agressão do regime israelita", disse, citado pela agência espanhola EFE.
Numa resposta ao assassinato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, num ataque israelita no sul do Líbano, na sexta-feira, o Irão lançou cerca de 200 mísseis contra Israel quatro dias depois.
Israel admitiu que alguns dos projéteis atingiram instalações militares, mas sem causar danos graves nem vítimas.
Além de Nasrallah e de outros dirigentes do Hezbollah, morreu igualmente no ataque o general iraniano responsável pelas operações dos Guardas da Revolução do Irão no exterior.
Também o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, foi morto num atentado em julho, em Teerão.
Khamenei disse que o Irão não se atrasa nem se apressa no cumprimento dos seus deveres e que voltará a atacar "no futuro, se for necessário".
"Todas as nações têm o direito de defender o seu país e o seu território contra o agressor", afirmou, referindo que "cada golpe contra o regime sionista é um serviço para toda a humanidade".
Segundo Khamenei, "o Hezbollah e o seu líder heroico e martirizado [Nasrallah] são a essência das virtudes e da identidade históricas do Líbano".
O líder supremo do Irão apelou também ao mundo muçulmano para que se una face a Israel, "cuja política é dividir para reinar".
"A política do Corão é que as nações muçulmanas devem estar unidas", afirmou.
Referiu que "o inimigo do Irão é o inimigo da Palestina, do Líbano, do Iraque, do Egito, da Síria e do Iémen".
Khamenei também responsabilizou os Estados Unidos pelas tensões no Médio Oriente.
"Os Estados Unidos procuram controlar os recursos da região através do regime israelita", afirmou.
[Notícia atualizada às 11h13]
Leia Também: Khamenei dirige primeira oração de 6.ª-feira coletiva desde 2020