Líder do Irão considera legítimos ataques contra Israel

O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, com uma espingarda ao seu lado, afirmou hoje que o ataque com mísseis contra Israel na terça-feira foi "totalmente legítimo", num discurso perante milhares de pessoas em Teerão.

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Lusa
04/10/2024 10:29 ‧ 04/10/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"A operação levada a cabo pelas nossas forças armadas há alguns dias foi totalmente legítima", disse o 'ayatollah' Khamenei durante um sermão numa grande mesquita por ocasião das orações de sexta-feira, citado pela agência francesa AFP.

 

Khamenei também descreveu como legítimo o ataque do grupo palestiniano Hamas contra Israel em 07 de outubro de 2023, que desencadeou o conflito em curso na região.

O líder supremo do Irão disse que a luta do partido libanês Hezbollah, apoiado por Teerão, presta um "serviço vital a toda a região".

Khamenei disse que Israel "não pode prejudicar seriamente" o Hezbollah e o Hamas, e que os aliados do Irão "não vão recuar".

"A resistência na região não recuará, apesar dos seus mártires, e conquistará a vitória", declarou, durante uma rara pregação em Teerão, proferida principalmente em árabe, segundo a AFP.

Israel "não tem muito mais tempo" para viver, afirmou.

Segundo Khamenei, o ataque do Irão contra Israel, na terça-feira, é a menor das respostas.

"O que as nossas forças militares fizeram foi o menor dos castigos para a agressão do regime israelita", disse, citado pela agência espanhola EFE.

Numa resposta ao assassinato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, num ataque israelita no sul do Líbano, na sexta-feira, o Irão lançou cerca de 200 mísseis contra Israel quatro dias depois.

Israel admitiu que alguns dos projéteis atingiram instalações militares, mas sem causar danos graves nem vítimas.

Além de Nasrallah e de outros dirigentes do Hezbollah, morreu igualmente no ataque o general iraniano responsável pelas operações dos Guardas da Revolução do Irão no exterior.

Também o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, foi morto num atentado em julho, em Teerão.

Khamenei disse que o Irão não se atrasa nem se apressa no cumprimento dos seus deveres e que voltará a atacar "no futuro, se for necessário".

"Todas as nações têm o direito de defender o seu país e o seu território contra o agressor", afirmou, referindo que "cada golpe contra o regime sionista é um serviço para toda a humanidade".

Segundo Khamenei, "o Hezbollah e o seu líder heroico e martirizado [Nasrallah] são a essência das virtudes e da identidade históricas do Líbano".

O líder supremo do Irão apelou também ao mundo muçulmano para que se una face a Israel, "cuja política é dividir para reinar".

"A política do Corão é que as nações muçulmanas devem estar unidas", afirmou.

Referiu que "o inimigo do Irão é o inimigo da Palestina, do Líbano, do Iraque, do Egito, da Síria e do Iémen".

Khamenei também responsabilizou os Estados Unidos pelas tensões no Médio Oriente.

"Os Estados Unidos procuram controlar os recursos da região através do regime israelita", afirmou.

[Notícia atualizada às 11h13]

Leia Também: Khamenei dirige primeira oração de 6.ª-feira coletiva desde 2020

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