A sentença foi anunciada a Nkosinathi Phakathi, preso e já condenado em 2022, durante uma audiência transmitida em direto pelos principais canais de notícias da África do Sul.
Algumas das vítimas "estavam a caminho da escola, com o uniforme escolar, outras estavam em casa a preparar-se para ir", descreveu o juiz Lesego Makolomakwe durante a audiência.
Num banco do tribunal de Palm Ridge, perto de Joanesburgo, o homem de 40 anos apareceu com o rosto escondido por uma máscara cirúrgica.
"Algumas das vítimas deixaram o arguido entrar nas suas casas depois de ele se ter feito passar por jardineiro, por ter de reparar esgotos ou por ter de preencher documentos municipais", recordou o magistrado.
Durante a longa leitura das sentenças, Nkosinathi Phakathi permaneceu estoico, com a cabeça enterrada nos braços, apoiado num par de muletas, devido a uma perna amputada na sequência de um ferimento de bala infligido pela polícia aquando da sua detenção.
Para além das 90 violações, foi condenado por obrigar quatro outras pessoas a violar, por obrigar uma criança a assistir a um ato sexual em três ocasiões, por 43 raptos, duas agressões e quatro roubos.
A África do Sul tem uma das taxas de criminalidade mais elevadas do mundo. De acordo com os dados da polícia, foram cometidas 9.309 violações entre abril e junho de 2024, um aumento de 0,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os ativistas dos direitos das mulheres criticaram o Governo por não fazer o suficiente para combater a violência contra as mulheres.
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