"Esta candidatura reflete o compromisso de Angola com o reforço da cooperação internacional e o desejo de participar mais ativamente nas iniciativas de promoção da língua e da cultura francesa, fundamentais para o desenvolvimento global da educação e da diplomacia cultural", segundo um comunicado de imprensa da Embaixada de Angola em França.
A Cimeira da Francofonia "reforça os laços entre os países membros e candidatos, como Angola, e destaca a importância da língua e cultura francófonas no cenário global, sendo também uma plataforma importante para o diálogo, cooperação e intercâmbio em várias áreas, como a educação, o desenvolvimento sustentável e os direitos humanos".
Na sexta-feira, a delegação angolana, liderada pela ministra de Estado para a Área Social, Maria do Rosário Bragança, participou na cerimónia de abertura da cimeira na Cidade Internacional da Língua Francesa em Villers-Cotterêts, 60 quilómetros a norte de Paris, acompanhada pela embaixadora de Angola em França, Guilhermina Prata.
A OIF, que realiza a cimeira pela primeira vez em 33 anos em França, é um organismo de defesa e promoção da democracia e do Estado de direito, inclui uma grande parte dos países da África Ocidental e Central, antigas colónias francesas.
A francofonia agrupava até agora 88 países, como a República Centro-Africana, o Senegal e a República Democrática do Congo, com a qual Angola partilha mais de 2.500 quilómetros de fronteira. Entretanto, três países foram suspensos devido a golpes de Estado que conduziram a regimes militares: Mali, Burkina Faso e Níger.
Como o Gana e o Chipre, membros associados, passaram a membros oficiais, o número total de países da OIF aumentou para 93 com a adesão de Angola e mais quatro novos membros observadores: Polinésia Francesa, Chile, Sarre (Alemanha) e Nova Escócia (Canadá).
Angola, que se junta como membro observador numa cerimónia no Grand Palais, em Paris, era o único país lusófono em África que não era membro, uma vez que Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe são membros de pleno direito da OIF.
Já Moçambique, membro observador, faz também parte da Commonwealth, comunidade constituída por 56 países, a maioria antigos territórios do Império Britânico.
O Executivo angolano tinha oficializado no dia 17 de maio de 2019, em Paris, a candidatura do país a membro observador da OIF, um ano após o Presidente angolano, João Lourenço, manifestar a intenção ao seu homólogo francês, Emmanuel Macron, durante uma visita oficial a Paris.
Na altura, o ministro angolano das Relações Exteriores Manuel Augusto explicou que a intenção se baseia no facto de Angola ter relações privilegiadas com países francófonos e pretender reforçar a integração com a comunidade francófona.
Leia Também: Governo angolano aprovou Plano Estratégico de Contratação Pública