O presidente da Irlanda, Michael Higgins, criticou, este sábado, as ameaças de Israel à Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL); a quem Telavive exigiu que mude a sua localização cinco quilómetros junto à Linha Azul, que demarca a fronteira entre Israel e o Líbano.
"É ultrajante que as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) tenham ameaçado esta força de manutenção da paz e buscado que evacuassem as vilas que estão a defender. De facto, Israel está a exigir que toda a UNIFIL, que opera sob ordens da ONU, se afaste", disse Higgins, numa declaração citada pela agência de notícias Al Jazeera.
Trata-se não só de "um insulto à instituição global mais importante, com a qual 193 membros estão comprometidos", mas também de "um insulto aos soldados e às suas famílias, que correram riscos para que todos pudéssemos viver em paz e proteger os mais vulneráveis", acrescentou.
A Irlanda tem um contingente de 347 soldados na UNIFIL, que é composta por 10 mil combatentes oriundos de 50 países.
Esta missão da ONU encontra-se na zona desde 2006, sendo a presença armada exclusiva a sul, entre a Linha Azul e o rio Litani, no Líbano.
A UNIFIL confirmou, na terça-feira, que as forças de manutenção da paz permanecem em campo, embora estejam a "ajustar periodicamente" as suas posições e atividades e indicou que tem "planos de contingência prontos para serem ativados se for absolutamente necessário".
"A segurança das forças de manutenção da paz é fundamental e lembramos todos os intervenientes da sua obrigação de a respeitar", afirmou a UNIFIL depois de insistir que "a única solução viável" para travar a violência é a implementação das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, disse na segunda-feira que as forças da UNIFI estão guarnecidas nas suas bases e não realizam patrulhas durante a noite devido à intensidade dos combates.
No entanto, não excluiu a possibilidade de uma eventual retirada destes militares em caso de invasão terrestre por Israel e observou que "existem sempre planos de contingência em vigor".
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