Palestina saúda proposta de Macron de fim de envio de armas para Israel

O Ministério das Relações Exteriores e Expatriados palestiniano saudou hoje as recentes declarações do Presidente francês, Emmanuel Macron, que pediu o fim do envio de armas para Israel e a busca de soluções políticas para acabar o conflito na região.

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Lusa
06/10/2024 12:40 ‧ 06/10/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

No mesmo sentido, o Egito e a Jordânia expressaram hoje o apoio ao pedido de Macron de suspender a exportação de armas para Israel, diante das "graves violações do direito internacional" cometidas pelo Exército israelita na Faixa de Gaza e no Líbano.

 

"Os comentários do Presidente Macron estão em conformidade com o direito internacional e as resoluções da ONU, apoiando a solução de dois Estados e os princípios dos direitos humanos", afirmou o ministério palestiniano.

O ministério palestiniano, na declaração, instou aqueles que "fornecem equipamento militar a Israel" a assumirem a responsabilidade por permitirem "crimes e violações contra a população palestiniana".

"Apelo aos Estados Partes no Tratado sobre o Comércio de Armas para que actuem de forma decisiva para impedir que Israel utilize armas militares para cometer graves violações do direito internacional humanitário e dos direitos humanos contra civis palestinianos", acrescentou.

O Tratado sobre o Comércio de Armas, do qual os EUA fazem parte como principal fornecedor de armas a Israel, foi aprovado há dez anos e procura regular melhor o comércio internacional de armas para evitar que pessoas sejam mortas.

Desde o início da guerra de Israel contra o movimento islâmico Hamas, em outubro de 2023, os EUA aprovaram dezenas de milhões de dólares em vendas de armas ao seu aliado, em consonância com a ajuda militar maciça que têm prestado durante décadas.

A lei americana proíbe o Governo de fornecer armas a países responsáveis por "violações grosseiras dos direitos humanos", algo que parte da comunidade internacional acusa Israel pela sua ofensiva de quase um ano em Gaza.

Em mensagens separadas, os ministérios dos Negócios Estrangeiros do Egito e da Jordânia saudaram o convite do Presidente francês, depois de as ações israelitas ao longo do último ano na Palestina e no Líbano terem causado "a morte de dezenas de milhares de vítimas civis, na sua maioria mulheres e crianças, num claro desafio à comunidade internacional".

De acordo com o Egito, o apelo do Presidente francês está "em total sintonia com o respeito pelos princípios e regras do direito internacional humanitário" e reflete a esmagadora e crescente insatisfação internacional "com a brutal agressão israelita em Gaza e no Líbano".

Por outro lado, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Sufyan al-Qudah, também considerou que a proposta do Presidente francês é um passo em harmonia com as decisões do Conselho de Segurança, da Assembleia Geral das Nações Unidas e com as decisões do Tribunal Internacional, "visando a necessidade de impor um cessar-fogo em Gaza e pôr termo a esta catástrofe e sofrimento sem precedentes".

No sábado, Macron defendeu a suspensão da venda de armas a Israel, numa alusão, sobretudo, aos Estados Unidos, face às violações do direito internacional cometidas pelo Governo de Benjamin Netanyahu desde o início da ofensiva contra o Hamas em Gaza e o Hezbollah no Líbano, em que morreram pelo menos 42.000 pessoas, a grande maioria civis palestinianos.

Esta posição levou Netanyahu a enviar uma mensagem na qual qualificou a posição de Macron de "vergonhosa" e previu que Israel vencerá "com ou sem o apoio" da França.

Por sua vez, Macron qualificou as declarações do primeiro-ministro israelita de "excessivas" e recordou que o seu país é um amigo "irrepreensível" de Israel.

Desde o início das hostilidades, mais de 2.000 libaneses morreram e 1,2 milhões foram deslocados pelos bombardeios israelitas.

Leia Também: "França não vai enviar nem mais uma [arma]" para Israel, garante Macron

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