Moçambique. Mondlane fecha campanha a pedir ao povo para controlar votos
O candidato presidencial Venâncio Mondlane pediu hoje aos moçambicanos para permanecerem nos locais de votação após votarem, defendendo que não há "polícia, algemas, gás lacrimogéneo e cadeia" que possam vencer o povo.
© Lusa
Mundo Moçambique
"Eles gostam, não gostam, abrem-nos processos ou não, a verdade é uma: vamos votar e ficar. Todo o país, vamos votar e sentar, porque desta vez é de vez. Se nós todos fizermos isso, é possível 30 mil pessoas nos vencerem? Devem votar, sentar e controlar", pediu Venâncio Mondlane, na última ação de campanha na cidade de Nacala Porto, na província de Nampula, no norte de Moçambique.
"A vitória, a mudança e a revolução dependem de nós e se estivermos todos juntos, com o mesmo pensamento e ideia, não há polícia, gás lacrimogéneo, cadeia, exército, carros blindados, não há algemas que sejam capazes de vencer um povo unido", acrescentou Venâncio Mondlane.
O candidato, de 50 anos, prometeu, caso vença as eleições, tornar Moçambique "independente de um certo partido", referindo-se à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder desde a independência do país, em 1975.
"Não queremos mais ser reféns de nenhum partido dentro das instituições do Estado e do Governo, o Governo e o Estado devem servir a todos os moçambicanos", defendeu Mondlane, acrescentando que pretende igualmente tornar o bilhete de identidade, cédula e certidão de nascimento gratuitos.
"A partir de 2025, não queremos ver nenhuma criança a ficar em casa. Hoje há muitas crianças que, quando começa o ano letivo, ficam em casa. Toda a criança tem que ir à escola e todo o ensino primário e secundário passa a ser gratuito", acrescentou Mondlane.
O candidato, ex-membro e ex-deputado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, principal partido da oposição) prometeu ainda baixar a taxa de importações de viaturas e fazer investimentos para reabilitar o Aeroporto Internacional de Nacala, para passar a receber voos internacionais.
Mondlane, apoiado pelo Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), sem representação parlamentar, repetiu hoje a promessa de um comboio de alta velocidade.
"Nunca se investiu para que os moçambicanos pudessem se conectar uns para com os outros de Rovuma ao Maputo. O nosso plano é criar uma linha férrea especial para um comboio elétrico de alta velocidade que vai sair de Maputo a Cabo Delgado em apenas quatro horas de tempo", disse.
Moçambique realiza esta quarta-feira as sétimas eleições presidenciais, às quais já não concorre o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite constitucional de dois mandatos, em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas para assembleias e governadores provinciais.
Mais de 17 milhões de eleitores estão inscritos para votar, incluindo 333.839 recenseados no estrangeiro, segundo dados da Comissão Nacional de Eleições.
Além de Mondlane, concorrem à Presidência da República Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Ossufo Momade, apoiado pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), o principal partido da oposição, Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
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