"A migração continua. Temos atualmente nove milhões de venezuelanos distribuídos em 90 países, e [o número] continua a aumentar", disse o diretor da ODV, Tomás Páez, à Unión Rádio.
Páez referiu que, na última sondagem feita pelo ODV, 68% dos 1.020 emigrantes questionados responderam afirmativamente à pergunta sobre se tinham familiares ou amigos que pensam emigrar.
"Isso é coerente com as conclusões de outros estudos e inquéritos realizados por empresas privadas e organizações não governamentais. Há uma tendência da diáspora continuar a aumentar", sublinhou.
Tomás Páez adiantou que os venezuelanos quando emigram procuram países democráticos - não a Rússia, nem a China - movem-se fundamentalmente em direção aos EUA, à Espanha e para países do mundo ocidental democrático, onde são bem acolhidos.
"A atitude e as políticas dos países em relação à diáspora venezuelana, não só na América Latina, mas também em Espanha, Portugal, Itália, e outros países europeus onde a diáspora está estabelecida, devem ser objeto de um enorme reconhecimento por terem acolhido os venezuelanos da forma como o fizeram", sublinhou.
Tomás Páez explicou ainda que primeiro emigraram os venezuelanos "em idades produtivas e reprodutivas", dos 18 aos 50 anos, o que tem feito mudar a estrutura populacional da Venezuela.
"Depois, estes jovens acolhem os familiares maiores (anciãos), porque as condições de vida do país de acolhimentos são melhores (...) e depois as crianças", disse Páez.
Alguns países da América Latina, como a Colômbia, o Brasil e o Equador, têm tido um trato e hospitalidade particular, permitindo acolher de venezuelanos sem passaportes, com bilhetes de identidade e outros documentos caducados, ajudando-as aplicando políticas para regularizar a sua situação, adiantou.
Leia Também: Falta de defesa da democracia venezuelana por Lula é "muito estranha"