MI5 regista aumento de conspirações da Rússia e Irão para ataques

O Reino Unido enfrenta um "aumento impressionante" de tentativas de homicídio em solo britânico pela Rússia e pelo Irão, que estão a recrutar criminosos para "fazer seu trabalho sujo", revelou esta terça-feira o chefe da agência de serviços secretos MI5.

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© Jaimi Joy/Reuters

Lusa
08/10/2024 16:11 ‧ 08/10/2024 por Lusa

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Reino Unido

O diretor-geral do MI5, Ken McCallum, disse que os seus agentes e a polícia já desmantelaram 20 planos apoiados por Teerão desde 2022 e avisou que o Irão pode multiplicar os seus alvos no Reino Unido se Israel lançar um grande ataque em resposta à barragem de mísseis do Irão.

 

O aumento dos conflitos no Oriente Médio aumenta o risco "de um aumento - ou ampliação - da agressão do Estado iraniano no Reino Unido", avisou, em declarações a jornalistas no centro de comando antiterrorista do Reino Unido, em Londres.

Numa rara intervenção pública sobre as principais ameaças que o Reino Unido enfrenta, tanto de Estados como de grupos terroristas, McCallum afirmou que também existe o risco de os conflitos de Israel com grupos militantes apoiados pelo Irão (Hamas em Gaza, Hezbollah no Líbano e Houthis no Iémen) poderem desencadear ataques terroristas no Reino Unido.

McCallum admitiu que, até agora, a crise no Médio Oriente não se traduziu "em violência terrorista em grande escala" no Reino Unido. 

Mas argumentou que Estados hostis, atacantes individuais e o grupo terrorista Estado Islâmico, que ressurgiu recentemente, juntos constituem "o ambiente de ameaça mais complexo e interligado que alguma vez vimos".

Segundo McCallum, o número de investigações de ameaças estatais levadas a cabo pelo MI5 aumentou 48% no último ano, sendo o Irão, a Rússia e a China os principais responsáveis. 

O responsável disse que desde a morte de Mahsa Amini, que morreu sob custódia da polícia iraniana em setembro de 2022 após ser detida por supostamente violar a lei do lenço de cabeça obrigatório da república islâmica, "vimos conspiração após conspiração aqui no Reino Unido, num ritmo e escala sem precedentes".

Segundo McCallum, o MI5 e a polícia responderam a 20 conspirações potencialmente mortais apoiadas pelo Irão desde janeiro de 2022, o que representa um aumento de um terço em relação aos 15 que o governo apresentou no final de janeiro.

O chefe do MI5 disse ainda que a agência de inteligência militar da Rússia está a tentar usar "incêndio criminoso, sabotagem e muito mais" para criar "caos" nas ruas do Reino Unido e de outros países europeus.

Tanto a Rússia como o Irão recorrem frequentemente a criminosos, "desde traficantes de droga internacionais a bandidos de baixo nível", para levar a cabo ataques, afirmou.

Várias alegadas conspirações apoiadas por Estados hostis deram origem a acusações criminais no Reino Unido. 

Em dezembro, um homem checheno foi preso por ter efetuado um reconhecimento dos escritórios de uma emissora iraniana dissidente em Londres e vários outros suspeitos aguardam julgamento em Londres por um alegado plano ligado à Rússia para atacar empresas de propriedade ucraniana.

Em discursos anteriores, McCallum e outros chefes do MI5 sublinharam o desafio colocado por uma China cada vez mais assertiva, que em 2022 McCallum considerou o maior "desafio estratégico" do Reino Unido. 

Hoje, reconheceu a importância da relação económica entre o Reino Unido e a China, mas insistiu que há "riscos que precisam de ser geridos"

Desde 2017, o MI5 e a polícia interromperam 43 planos terroristas em estágio avançado, 75% originários na ideologia extremista islâmica e 25% na extrema-direita, e o jovens estão cada vez mais envolvidos, com 13% das pessoas objeto de investigações terroristas do MI5 a terem menos de 18 anos, adiantou.

McCallum afirmou que existem sinais preocupantes de que o grupo Estado Islâmico está a tentar regressar, apesar do colapso do seu califado autodeclarado no Iraque e na Síria.

McCallum afirmou que "após alguns anos de recuo, o grupo retomou os esforços para exportar o terrorismo" e citou o ataque de março, que matou mais de 140 pessoas numa sala de concertos em Moscovo e que foi reivindicado pelo EI, como "uma demonstração brutal da sua capacidade". 

Leia Também: Rússia anuncia mais avanços militares na província de Donetsk

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