Depois de mais de meio século de batalhas legais, os procuradores japoneses revelaram que não vão interpor recurso contra a absolvição de Iwao Hakamada, um ex-lutador condenado à morte.
Hakamada tinha sido declarado culpado do assassinato de um empresário e de três familiares do mesmo, tendo depois ateado fogo à casa, no centro do Japão, em 1966. Depois de 48 anos atrás das grades, no corredor da morte, foi pedido um novo julgamento, em 2014, que culminou com a sua libertação provisória.
Agora, 58 anos depois da sua condenação, o japonês de 88 anos é oficialmente um homem livre.
Segundo a imprensa internacional, o Tribunal de Shizuoka concluiu que polícias e procuradores colaboraram para incriminar Iwao Hakamada. O tribunal revelou, também, que o japonês foi obrigado a confessar o crime, depois de muitas horas de interrogatórios.
O procurador-geral Naomi Unemoto pediu desculpa por Hakamada ter ficado “numa situação de legalidade instável durante demasiado tempo”. Também a irmã do condenado mais antigo no corredor da morte reagiu, dizendo que estava “satisfeita” com o encerramento do caso.
O agora antigo condenado vai receber uma indemnização do governo japonês, que poderá chegar a 200 milhões de iénes (1,2 milhões de euros).
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