O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa francês, Sébastien Lecronu, que especificou que estas novas capacidades passam pelo reforço das capacidades de combate ar-terra para poder realizar ataques aéreos.
Da mesma forma, os caças franceses serão equipados com capacidades de defesa eletrónica, o que lhes permitirá neutralizar os sinais de interferência lançados pela Rússia.
Além disso, Paris continuará com a formação de pilotos e mecânicos ucranianos, noticiou a agência Europa Press.
Este anúncio de Lecornu surge depois de o Presidente francês, Emmanuel Macron, ter prometido em junho que Paris enviaria caças para a Ucrânia, para combater a invasão russa.
O ministro da Defesa não entrou, no entanto, em detalhes sobre o número de caças que serão enviados para Kiev.
Os caças ‘Mirage 2000-5’ são concebidos principalmente para defesa aérea e podem ser utilizados para implantar os mísseis de cruzeiro franco-britânicos ‘Scalp’, também conhecidos como ‘Storm Shadow’, que já foram entregues à Ucrânia.
As Forças Armadas francesas planeiam retirar os caças ‘Mirage’ até 2030 e substituí-los pelo modelo mais moderno ‘Rafale’.
Paris possui cerca de 40 caças ‘Mirage 2000-5’, um avião de combate que já foi exportado para outros países.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
Nas últimas semanas, as tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguiram o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.
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