China manifesta "oposição à expansão do conflito no Médio Oriente"

A China manifestou hoje a sua "oposição à expansão do conflito no Médio Oriente", referindo-se à possibilidade de Israel atacar o Irão em retaliação pela ofensiva de mísseis iranianos da semana passada.

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© PEDRO PARDO/AFP via Getty Images

Lusa
09/10/2024 11:09 ‧ 09/10/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse em conferência de imprensa que a China está "profundamente preocupada" com "a intensificação das contradições" na região.

 

A China está "profundamente preocupada" com a "intensificação das contradições" na região e "lamenta que a escalada do conflito israelo-palestiniano se tenha arrastado durante um ano, resultando na morte de mais de 40.000 pessoas em Gaza, a maioria das quais mulheres e crianças", afirmou Mao.

"O que é necessário para resolver o conflito israelo-palestiniano não são armas e munições ou sanções unilaterais, mas sim vontade política e esforços diplomáticos", afirmou, apelando às grandes potências para que "desempenhem o papel que lhes compete, respeitem a objetividade e a imparcialidade e assumam a liderança no cumprimento do direito internacional".

Mao instou ainda "todas as partes" a "manter a paz e a estabilidade regionais e a abordar a situação atual com calma, racionalidade e responsabilidade".

"A comunidade internacional, especialmente as potências influentes, deve desempenhar um papel construtivo para evitar mais instabilidade", acrescentou.

Nos últimos dias, tem crescido a preocupação sobre a possibilidade de Israel atacar o Irão em retaliação contra o ataque de Teerão a território israelita na semana passada.

Alguns analistas temem que Israel ataque as instalações nucleares iranianas, enquanto Teerão instou Israel a não testar a "vontade" do Irão.

A China tem reiterado repetidamente o seu apoio à "solução dos dois Estados", mostrando a sua "consternação" face aos ataques israelitas contra civis em Gaza, e os seus funcionários realizaram numerosas reuniões com representantes de países árabes e muçulmanos para reafirmar esta posição ou para tentar fazer avançar as negociações de paz.

A China é o maior parceiro comercial do Irão, com o qual tem vindo a reforçar as suas relações nos últimos anos.

Em maio passado, quando o Irão realizou um ataque de menor dimensão contra Israel, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, indicou ao seu homólogo iraniano que a China tinha "tomado nota das declarações do Irão de que as suas ações são limitadas e no exercício do seu direito à autodefesa", sublinhando a boa relação entre Pequim e Teerão.

Leia Também: Médio Oriente. Borrell critica invasões de Israel

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