A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse em conferência de imprensa que a China está "profundamente preocupada" com "a intensificação das contradições" na região.
A China está "profundamente preocupada" com a "intensificação das contradições" na região e "lamenta que a escalada do conflito israelo-palestiniano se tenha arrastado durante um ano, resultando na morte de mais de 40.000 pessoas em Gaza, a maioria das quais mulheres e crianças", afirmou Mao.
"O que é necessário para resolver o conflito israelo-palestiniano não são armas e munições ou sanções unilaterais, mas sim vontade política e esforços diplomáticos", afirmou, apelando às grandes potências para que "desempenhem o papel que lhes compete, respeitem a objetividade e a imparcialidade e assumam a liderança no cumprimento do direito internacional".
Mao instou ainda "todas as partes" a "manter a paz e a estabilidade regionais e a abordar a situação atual com calma, racionalidade e responsabilidade".
"A comunidade internacional, especialmente as potências influentes, deve desempenhar um papel construtivo para evitar mais instabilidade", acrescentou.
Nos últimos dias, tem crescido a preocupação sobre a possibilidade de Israel atacar o Irão em retaliação contra o ataque de Teerão a território israelita na semana passada.
Alguns analistas temem que Israel ataque as instalações nucleares iranianas, enquanto Teerão instou Israel a não testar a "vontade" do Irão.
A China tem reiterado repetidamente o seu apoio à "solução dos dois Estados", mostrando a sua "consternação" face aos ataques israelitas contra civis em Gaza, e os seus funcionários realizaram numerosas reuniões com representantes de países árabes e muçulmanos para reafirmar esta posição ou para tentar fazer avançar as negociações de paz.
A China é o maior parceiro comercial do Irão, com o qual tem vindo a reforçar as suas relações nos últimos anos.
Em maio passado, quando o Irão realizou um ataque de menor dimensão contra Israel, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, indicou ao seu homólogo iraniano que a China tinha "tomado nota das declarações do Irão de que as suas ações são limitadas e no exercício do seu direito à autodefesa", sublinhando a boa relação entre Pequim e Teerão.
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