A única incerteza na votação estava relacionada com o bloco dos países asiáticos, para o qual seis países disputavam cinco lugares.
A Arábia Saudita, que reuniu 117 votos dos 190 países presentes na sessão, foi a nação desse bloco que menos apoio obteve, pelo que fica de fora deste organismo sediado em Genebra, onde os países detêm um mandato de três anos.
A organização Human Rights Watch (HRW) fez campanha em particular contra a entrada da Arábia Saudita, criticando as suas múltiplas violações dos direitos individuais, tanto de cidadãos sauditas como de estrangeiros (especialmente etíopes) que tentam atravessar as suas fronteiras, assim como pela sua participação em crimes de guerra no vizinho Iémen.
Assim que a votação foi conhecida, a HRW emitiu um comunicado no qual saudou "a derrota da Arábia Saudita" como um "candidato inadequado" para defender os direitos humanos.
A organização acrescentou ainda a necessidade de eleições mais "competitivas na ONU, para que outros candidatos grosseiramente inaptos possam ser mantidos fora do Conselho de Direitos Humanos e outros órgãos da ONU", citando o caso do Qatar ou da Tailândia, que foram hoje eleitos.
O Conselho dos Direitos Humanos não tem poderes executivos nem capacidade vinculativa, mas o seu trabalho - e o facto de nenhum dos seus 47 membros ter poder de veto - confere-lhe autoridade moral e permite-lhe enviar missões de peritos e produzir relatórios que são posteriormente divulgados.
Em 2022, a Rússia foi suspensa do Conselho pela Assembleia-Geral, numa votação sem precedentes, devido à invasão da Ucrânia. No ano seguinte, a Rússia apresentou novamente a sua candidatura e acabou rejeitada pela mesma Assembleia.
Foram hoje eleitos o Benim, Bolívia, República Checa, Chipre, Colômbia, Espanha, Etiópia, Gâmbia, Islândia, Ilhas Marshall, Quénia, Macedónia do Norte, México, Qatar, Coreia do Sul, República Democrática do Congo, Suíça e Tailândia.
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