Israel tem continuado a atacar o que diz serem alvos de combatentes do movimento islâmico Hamas em todo o enclave palestiniano, mesmo quando as atenções se viram para a sua guerra contra o Hezbollah, no Líbano, e para as crescentes tensões com o Irão.
No início da semana, o exército lançou uma operação aérea e terrestre em grande escala contra o Hamas no norte de Gaza.
O Hospital dos Mártires de al-Aqsa, para onde foram levados os corpos, confirmou o número de mortos do ataque na cidade de Deir al-Balah, no centro do país, adiantando que várias outras pessoas ficaram feridas.
Um repórter da agência noticiosa Associated Press (AP) viu ambulâncias a chegar ao hospital e contou os corpos, muitos dos quais chegaram em pedaços.
O exército israelita ainda não comentou o ataque, em que várias testemunhas indicaram que visou um posto improvisado da polícia dirigida pelo Hamas no interior do abrigo.
O governo do Hamas tinha uma força policial civil de dezenas de milhares de pessoas. Após o início da guerra, desapareceram em grande parte das ruas, uma vez que Israel as atacou com ataques aéreos, mas o pessoal de segurança do Hamas, à paisana, ainda exerce controlo sobre a maioria das áreas.
Israel tem atacado repetidamente escolas transformadas em abrigos em Gaza, acusando os militantes de aí se esconderem.
O Hamas continua a lançar ataques contra as forças israelitas e a disparar ocasionalmente foguetes contra Israel, mais de um ano depois de o ataque de 07 de outubro de 2023 ter desencadeado a guerra.
Nesse ataque, os combatentes liderados pelo Hamas invadiram Israel e devastaram bases militares e comunidades agrícolas, matando cerca de 1.200 pessoas, na sua maioria civis, e raptando cerca de 250 outras. Mantêm ainda em cativeiro cerca de 100 pessoas, um terço das quais se pensa estarem mortas.
A ofensiva israelita matou mais de 42.000 palestinianos, segundo as autoridades sanitárias do Hamas, que não indicam quantos eram combatentes, mas afirmam que as mulheres e as crianças representam mais de metade das vítimas mortais.
A guerra destruiu grandes áreas de Gaza e deslocou cerca de 90% da sua população de 2,3 milhões de pessoas, em muitos casos por várias vezes.
O grupo militante Hezbollah, do Líbano, começou a disparar foguetes contra Israel a 08 de outubro de 2023, em apoio ao Hamas e aos palestinianos, o que provocou ataques aéreos israelitas em retaliação.
Nas últimas semanas, os combates intensificaram-se e acabaram por se transformar numa guerra total, com Israel a efetuar vagas de ataques pesados em todo o Líbano e a lançar uma invasão terrestre.
O Hezbollah expandiu o lançamento de foguetes para zonas mais povoadas no interior de Israel, causando poucas vítimas mas perturbando a vida quotidiana.
O Irão apoia o Hamas, o Hezbollah e outros grupos armados da região que se autodenominam o Eixo da Resistência contra Israel.
Na semana passada, o Irão lançou cerca de 180 mísseis balísticos contra Israel, em retaliação pela morte de militantes de topo do Hamas e do Hezbollah.
Na quarta-feira, o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, disse que a resposta de Israel ao ataque com mísseis iranianos será "letal" e "surpreendente", sem fornecer mais pormenores.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, falou com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tendo sido instado a "minimizar o impacto sobre os civis" no Líbano, particularmente em Beirute, manifestando apoio ao "direito de Israel de proteger os seus cidadãos do Hezbollah".
A Casa Branca não adiantou pormenores, na sua nota sobre a conversa telefónica entre Biden e Netanyahu, sobre a esperada resposta de Israel ao ataque com mísseis do Irão, em 01 de outubro.
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