De acordo com um relatório das Nações Unidas (ONU), Israel está a levar a cabo uma política concertada de destruição do sistema de saúde de Gaza. Estas ações "constituem um crime de guerra e de extermínio contra a humanidade", aponta o relatório.
“Israel tem de pôr imediatamente termo à sua destruição sem precedentes e gratuita de instalações de cuidados de saúde em Gaza”, afirmou Navi Pillay, presidente da Comissão Internacional Independente de Inquérito das Nações Unidas, para os Territórios Palestinianos Ocupados, incluindo Jerusalém Oriental e Israel.
Pillay explica que "ao atacar as instalações de saúde, Israel está a atacar o próprio direito à saúde, com efeitos prejudiciais significativos a longo prazo para a população civil", dizendo que as crianças têm sentido este peso.
De acordo com o relatório, as forças de segurança israelitas mataram, detiveram e torturaram pessoal médico e fizeram de veículos médicos alvo. Além disso, restringiram também as autorizações de saída de Gaza para tratamento médico.
"Estas ações constituem crimes de guerra de homicídio e maus tratos intencionais e de destruição de bens civis protegidos e o crime contra a humanidade de extermínio", lê-se no relatório.
Segundo os Médicos Sem Fronteiras, apenas 17 dos 36 hospitais em Gaza estão parcialmente operacionais. Além disso, a organização nota que ambas as partes estão a levar as hostilidades para perto de instalações médicas.
"Cada vez que uma instalação médica é evacuada, milhares de pessoas perdem o acesso a cuidados médicos que salvam vidas. Este facto terá consequências para a saúde das pessoas, não só no imediato, mas também nas semanas e meses seguintes", explica a organização.
A 7 de outubro o Hamas atacou Israel. Depois deste dia, Israel lançou uma ofensiva em Gaza, que tem provocado mortes em massa na região e que levou várias organizações não-governamentais bem como a própria ONU a pedir um cessar-fogo.
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