Taipé diz que China enviou 125 aviões em exercícios dirigidos a Taiwan

A China utilizou 125 aviões militares em exercícios dirigidos a Taiwan, um recorde para um único dia, afirmou hoje o ministério da Defesa Nacional de Taiwan.

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© I-HWA CHENG/AFP via Getty Images

Lusa
14/10/2024 11:49 ‧ 14/10/2024 por Lusa

Mundo

Taiwan

Segundo o ministério, 90 dos aviões, incluindo aviões de guerra, helicópteros e veículos aéreos não tripulados ("drones"), foram vistos dentro da zona de identificação de defesa aérea de Taiwan.

 

A China afirmou que os exercícios militares em grande escala têm como objetivo advertir Taiwan contra tentantivas de independência.

A China enviou um porta-aviões, outros navios e aviões de guerra em exercícios militares de grande escala em torno de Taiwan e das suas ilhas periféricas, simulando o bloqueio de portos importantes.

Os exercícios realizaram-se quatro dias depois de Taiwan ter celebrado a fundação do seu governo no Dia Nacional. O líder taiwanês, William Lai, afirmou num discurso que a República Popular da China não tem o direito de representar Taiwan e declarou o seu compromisso de "resistir à anexação ou usurpação".

"As nossas forças armadas irão definitivamente lidar com a ameaça da China de forma adequada", disse Joseph Wu, secretário-geral do conselho de segurança de Taiwan, num fórum em Taipé, a capital de Taiwan. "Ameaçar outros países com a força viola o espírito básico da Carta das Nações Unidas de resolver disputas por meios pacíficos".

O Gabinete Presidencial de Taiwan apelou à China para "cessar as provocações militares que prejudicam a paz e a estabilidade regionais e deixar de ameaçar a democracia e a liberdade de Taiwan".

Um mapa transmitido pela televisão estatal chinesa CCTV mostrou seis grandes blocos em torno de Taiwan, indicando onde os exercícios militares estavam a ser realizados, juntamente com círculos desenhados em torno das ilhas periféricas de Taiwan. O ministério da Defesa da China não informou quanto tempo durarão os exercícios.

A China enviou o seu porta-aviões Liaoning para os exercícios, e a CCTV mostrou um caça J-15 a descolar do convés do porta-aviões, embora a localização exata do navio não seja clara.

O porta-voz do Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular da China, o capitão Li Xi, disse que a marinha, a força aérea do exército e o corpo de mísseis foram todos mobilizados para os exercícios, numa operação integrada. "Este é um aviso importante para aqueles que apoiam a independência de Taiwan e um sinal da nossa determinação em salvaguardar a nossa soberania nacional", disse Li, citado pela imprensa oficial.

O ministério da Defesa de Taiwan informou que enviou navios de guerra para pontos designados, para efetuar a vigilância. Também colocou grupos móveis de mísseis e radares em terra para seguir os navios no mar.

A ação de hoje é a quinta vez que a China recorre a este tipo de manobras desde 2022, altura em que levou a cabo a primeira deste calibre em resposta à visita da então Presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan, que enfureceu Pequim e elevou as tensões entre os dois lados do estreito a níveis nunca vistos em décadas.

Taiwan foi uma colónia japonesa antes de ser unificada com a China no final da Segunda Guerra Mundial. Os dois territórios vivem separados desde que em 1949 os nacionalistas de Chiang Kai-shek fugiram para a ilha, enquanto os comunistas de Mao Zedong assumiram o poder no continente chinês, no final da guerra civil.

Leia Também: Pequim diz que independência de Taiwan é "incompatível" com a paz

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