Meloni anunciou a sua viagem no âmbito de uma comparência perante o parlamento italiano, antes do Conselho Europeu de quinta e sexta-feira em Bruxelas, antecipando também que o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, está a ultimar uma nova visita "na próxima semana" à região do Médio Oriente para se encontrar com as autoridades israelitas e palestinianas.
O Governo italiano não escondeu nos últimos dias o seu desagrado pelos ataques israelitas às posições da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL), alguns dos quais contra instalações com presença militar italiana.
"Penso que isto não pode ser considerado aceitável", sublinhou Meloni, fazendo eco de uma posição que também transmitiu diretamente ao seu homólogo israelita, Benjamin Netanyahu.
Nesse sentido, a líder italiana considerou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) incorreram numa "clara violação" da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU e "exigiu" que a segurança dos militares seja garantida.
No mesmo discurso, Meloni também condenou as ameaças existentes de grupos de milícias contra o Estado israelita.
A troca de mensagens entre os dois países tem sido constante nos últimos dias e as FDI confirmaram na terça-feira uma conversa entre o chefe do Estado-Maior israelita, Herzi Halevi, e o seu homólogo italiano, Luciano Portolano, para discutir "os últimos desenvolvimentos" e os "desafios" futuros.
Grande parte das alegações de Israel baseia-se na acusação de que o grupo xiita libanês Hezbollah, apoiado pelo Irão, "aproveita" as áreas teoricamente controladas pela FINUL "para as suas atividades terroristas".
Pelo menos cinco militares internacionais ficaram feridos nos últimos dias à margem dos combates entre o Exército israelita e o Hezbollah no sul do Líbano, em ataques fortemente condenados pela ONU, que apontou possíveis "crimes de guerra".
A FINUL, criada em março de 1978 pelo Conselho de Segurança, inclui um total de 10.000 militares oriundos de 50 países e foi apanhada no fogo cruzado de Israel e do Hezbollah desde que o movimento pró-iraniano abriu uma frente contra as forças israelitas, em outubro de 2023, em apoio do seu aliado palestiniano Hamas.
Entre os maiores contribuintes estão Indonésia, Itália, Espanha, França, Malásia, Gana, Índia e Irlanda.
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