O antigo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a chamar à atenção depois de, na noite de segunda-feira, ter interrompido um comício na Pensilvânia para dançar e balançar ao som de artistas como Luciano Pavarotti, Elvis Presley ou Village People, durante cerca de 39 minutos. A vice-presidente norte-americana e candidata às eleições presidenciais, Kamala Harris, voltou, por isso, a questionar o estado de saúde do republicano, tendo afirmado esperar que esteja “bem”.
Ao longo de nove músicas, Trump dançou, deu apertos de mão, balançou-se e apontou para a multidão que, aos poucos, ia abandonando o 'town hall' - uma sessão pública de perguntas e respostas aos eleitores - organizado em Oaks.
"Porque não fazemos um festival de música? [...] Vamos parar de fazer perguntas e ouvir música", questionou, cerca de meia hora depois do início do evento.
Antes, duas pessoas desmaiaram, aparentemente devido à má climatização da sala, o que levou à intervenção de socorristas.
"Mais alguém quer desmaiar? Por favor, levantem a mão", ironizou Trump, que solicitou que tocassem ‘Ave Maria’, de Luciano Pavarotti, enquanto aguardava por aval para prosseguir.
they're now playing an opera version of "It's A Man's Man's Man's World" while Trump continues to bob around on stage. words fail. pic.twitter.com/KbpNlVVslp
— Aaron Rupar (@atrupar) October 15, 2024
Contudo, o magnata de 78 anos, que se mostrou despreocupado com os olhares confusos da multidão, não retomou a sessão.
"Quem é que quer ouvir perguntas mesmo?", questionou.
O público foi brindado com temas como ‘Con Te Partiro’, de Andrea Bocelli e Sarah Brightman, ‘Hallelujah’, de Rufus Wainwright, ‘Nothing Compares 2 U’, de Sinéad O'Connor, ‘An American Trilogy’, de Elvis Presley, ‘Rich Men North of Richmond’, de Oliver Anthony, ‘November Rain’, dos Guns N' Roses, e até mesmo ‘YMCA’, dos Village People - um êxito que se tornou um dos pontos de referência dos seus comícios.
Através da sua rede social, a Truth Social, Trump deu conta de que “as perguntas e respostas estavam quase a terminar quando as pessoas começaram a desmaiar devido à excitação e ao calor”.
“Ontem à noite tive um ‘town hall’ na Pensilvânia. Foi espetacular! As perguntas e respostas estavam quase a terminar quando as pessoas começaram a desmaiar devido à excitação e ao calor. Começámos a tocar música enquanto esperávamos e continuámos a tocar. Foi muito diferente, mas acabou por ser uma GRANDE NOITE!”, escreveu.
Já Kamala Harris, que tem vindo a acusar o republicano de ser mentalmente "instável", repartilhou as imagens na rede social X (Twitter), tendo afirmado esperar que o candidato republicano “esteja bem”.
Hope he's okay. https://t.co/WGhGteFpjm
— Kamala Harris (@KamalaHarris) October 15, 2024
"Trump parecia perdido, confuso e congelado no palco", comentou a equipa de campanha da democrata, na mesma rede social.
O magnata, por seu turno, assegurou ter obtido resultados "excecionais" em dois testes cognitivos distintos, estando "de muito melhor saúde do que Clinton, Bush, Obama, Biden e, acima de tudo, Kamala".
“O relatório médico de Kamala é muito mau. Com todos os problemas que ela tem, há a verdadeira questão de saber se ela deve ou não candidatar-se à presidência! O MEU RELATÓRIO É PERFEITO - SEM PROBLEMAS!!!”, complementou.
Recorde-se que a Pensilvânia tornou-se uma paragem de rotina para as campanhas de Donald Trump e Kamala Harris, uma vez que deverá ser um estado decisivo nas presidenciais, com cerca de sete milhões de votos a serem disputados.
Um levantamento feito pelo jornal New York Times indicou que os dois candidatos estão a investir mais verbas, tempo e energia na Pensilvânia do que em qualquer outro lugar, travando uma guerra publicitária enquanto cruzam o estado até ao sufrágio de 5 de novembro.
Na Pensilvânia, Trump derrotou a antiga candidata presidencial democrata Hillary Clinton por mais de 40 mil votos em 2016, mas o atual presidente, Joe Biden, nascido neste mesmo estado, derrotou Trump por cerca de 80 mil votos há quatro anos.
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