Trudeau alerta para gravidade de interferências na democracia do Canadá

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, avisou hoje que as interferências externas no país são mais graves do que nunca, ilustrando com a expulsão do embaixador indiano pelo alegado envolvimento no assassinato de um sikh canadiano.

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Lusa
16/10/2024 17:26 ‧ 16/10/2024 por Lusa

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Canadá

Trudeau - que hoje testemunha perante uma comissão que investiga interferências estrangeiras na democracia canadiana - disse que "basta olhar para os títulos desta semana para compreender a dimensão das atividades de interferência e o seu impacto nos canadianos".

 

Na segunda-feira, a Polícia Montada do Canadá acusou o embaixador indiano no país, Sanjay Kumar Verma, e outros cinco diplomatas de Nova Deli de estarem envolvidos no assassínio no Canadá do dissidente sikh Hardeep Singh Nijjar, bem como noutros atos de violência.

Após a conferência de imprensa da Polícia Montada, o Governo do Canadá anunciou a expulsão dos seis diplomatas.

Em resposta, a Índia tomou a mesma ação contra o embaixador canadiano em Nova Deli e cinco outros diplomatas daquele país.

A Comissão de Interferência Estrangeira foi criada pelo Executivo canadiano em 07 de setembro de 2023, depois de se ter conhecido que a China e a Rússia, entre outros países, tentaram influenciar os resultados das eleições gerais de 2019 e 2021.

De acordo com fugas de informação noticiadas ao longo do último ano, o Governo do Canadá recebeu relatórios dos serviços de informação de que, nas eleições de 2019, a China financiou 11 candidatos às eleições federais.

Além disso, a China terá influenciado, com estudantes chineses residentes no país, a eleição de Han Dong, que foi posteriormente eleito deputado, como candidato do Partido Liberal de Trudeau.

Após a publicação da informação, o Canadá expulsou em maio de 2023 um diplomata chinês, acusado pelos meios de comunicação do país de tentar intimidar um deputado do Partido Conservador do Canadá, da oposicição e conhecido pelas suas críticas à China.

Em junho deste ano, uma comissão do Parlamento canadiano afirmou num relatório baseado em dados fornecidos pelos serviços secretos que deputados e senadores tinham colaborado com outros países para influenciar a política canadiana.

Num dos casos citados, vários deputados tentaram influenciar outros parlamentares em nome da Índia, ao mesmo tempo que forneciam informações confidenciais às autoridades indianas.

Leia Também: Governo canadiano de Justin Trudeau sobrevive a moção de censura

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