"Além disso, Israel prevê um papel importante para a FINUL no 'rescaldo' da guerra [que atualmente trava no Líbano] contra o movimento islamita libanês Hezbollah", escreveu Israel Katz na sua conta da rede social X (antigo Twitter), embora a missão de paz já tivesse um papel ativo antes de eclodir o atual conflito.
Estas declarações do chefe da diplomacia de Israel surgem após o protesto internacional desencadeado no domingo pelo apelo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para que os soldados da FINUL destacados no sul do Líbano fossem "levados para um lugar seguro".
Katz afirmou hoje que os capacetes azuis da FINUL são "escudos humanos" do Hezbollah, depois de pelo menos cinco soldados da paz terem ficado feridos em incidentes com tropas israelitas.
"É a organização terrorista Hezbollah que utiliza o pessoal da FINUL como 'escudos humanos', atacando deliberadamente os soldados do Exército a partir de locais próximos das posições da FINUL para criar atritos", sustentou o ministro israelita no texto.
The State of Israel places great importance on the activities of @UNIFIL_ and has no intention of harming the organization or its personnel.
— ישראל כ”ץ Israel Katz (@Israel_katz) October 16, 2024
Furthermore, Israel views UNIFIL as playing an important role in the "day after" following the war against Hezbollah.
It is the Hezbollah…
Ao referir-se às forças de manutenção da paz como "escudos humanos", Katz replicou as declarações Netanyahu, no domingo.
"Recebemos repetidas recusas [da ONU em abandonar as instalações da missão no Líbano], todas relacionadas com o facto de estarem a fornecer escudos humanos aos terroristas do Hezbollah", declarou então Netanyahu, referindo-se aos seus pedidos para que as forças de manutenção da paz da FINUL abandonassem o Líbano.
A FINUL encontra-se no Líbano nos termos da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que pôs fim à guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah.
Nos últimos dias, a FINUL informou que cinco dos seus soldados foram feridos em incidentes atribuídos a Israel, cujo Exército invadiu o sul do Líbano há quase duas semanas para combater o grupo xiita libanês.
Netanyahu afirmou que Israel está a fazer "tudo o que está ao seu alcance" para evitar danos às forças de manutenção da paz, mas que a melhor forma de impedir tais incidentes é retirá-las de território libanês, o que exigiria uma decisão do Conselho de Segurança.
Mais de 2.300 pessoas foram mortas desde o início da violência entre Israel e o partido-milícia xiita Hezbollah, a 08 de outubro de 2023, mas a grande maioria dessas mortes ocorreu desde 17 de setembro, segundo as autoridades libanesas.
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