As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) asseguraram, nesta quarta-feira, que não pretendem atacar infraestruturas e posições da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL), após esta entidade ter acusado Telavive de ter ferido cinco dos seus soldados e de ter feito "disparos diretos e visivelmente deliberados" no sul do Líbano.
"Os locais de infraestruturas e as forças da FINUL não são um alvo e cada acidente contrário às regras será examinado em detalhe", disseram as forças israelitas em comunicado, citado pelo jornal The Times of Israel.
As declarações das IDF vêm na onda do que o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel declarou, também nesta quarta-feira, afirmando que Telavive "atribui grande importância às atividades da FINUL", a Força Interina da ONU no Líbano, e "não tem qualquer intenção de prejudicar a organização ou o seu pessoal".
"Além disso, Israel prevê um papel importante para a FINUL no 'rescaldo' da guerra [que atualmente trava no Líbano] contra o movimento islamita libanês Hezbollah", escreveu Israel Katz na sua conta da rede social X (antigo Twitter), embora a missão de paz já tivesse um papel ativo antes de eclodir o atual conflito.
As forças israelitas realizaram hoje dezenas de ataques aéreos no Líbano, matando 16 pessoas numa cidade no sul do país, incluindo o presidente da câmara, e três noutra, causando uma destruição significativa.
Israel já enfrenta uma pressão internacional crescente depois da UNIFIL ter acusado o seu Exército de "violações chocantes" contra as suas posições nesta região fronteiriça do norte de Israel.
A Casa Branca insistiu hoje que "transmitiu diretamente a Israel" a sua oposição aos ataques contra "zonas densamente povoadas de Beirute" e apelou "para não ameaçar as vidas dos civis", das forças de manutenção da paz e dos soldados libaneses.
Por seu lado, o Hezbollah reportou "violentos combates corpo-a-corpo" com soldados israelitas perto de uma aldeia fronteiriça no sul do Líbano. Disse ainda que lançou uma "salva de 'rockets'" contra Safed, no norte de Israel, pela terceira vez em 24 horas.
Segundo as FDI, "cerca de 90 projéteis" foram disparados durante o dia pelo Hezbollah contra Israel. Segundo as equipas de socorro, quatro pessoas ficaram feridas sem gravidade por estilhaços.
Paralelamente à sua guerra contra o movimento xiita Hezbollah e o Hamas palestiniano em Gaza, dois movimentos aliados do Irão, Israel afirma estar a preparar a sua resposta ao ataque com mísseis iranianos lançado em 01 de Outubro contra o seu território.
O chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, reiterou que o seu país "responderá resolutamente" a um possível ataque.
Israel e o Hezbollah estão em confronto desde 08 de outubro de 2023, um dia após o início da guerra na Faixa de Gaza, que, durante quase um ano se limitou a trocas de tiros ao longo da fronteira israelo-libanesa.
Contudo, no final de setembro, Israel iniciou uma ampla campanha de bombardeamentos que se concentrou no sul e no leste do Líbano, mas também no subúrbio de Dahieh, no sul de Beirute.
Segundo o Governo libanês, pelo menos 2.350 pessoas morreram no último ano, das quais 1.356 desde 23 de setembro, e mais de 1,2 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas.
[Notícia atualizada às 23h56]
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