Alterações climáticas agravaram chuva violenta e inundações no Nepal
As alterações climáticas, associadas a uma urbanização rápida e à desflorestação, agravaram as inundações mortíferas ocorridas no Nepal em setembro e é de esperar que as chuvas venham a ser "ainda mais violentas", avisaram cientistas.
© PRAKASH MATHEMA/AFP via Getty Images
Mundo Nepal
Pelo menos 240 pessoas morreram nas inundações devido às violentas chuvas de monção, que afetaram bairros inteiros da capital nepalesa, Katmandu.
Os cientistas da rede World Weather Attribution (WWA), que avaliam o papel das alterações climáticas causadas pelas atividades humanas nos eventos extremos, identificaram um laço claro entre as intensas precipitações e o aquecimento do planeta.
"Se a atmosfera não estivesse carregada com emissões de combustíveis fósseis, estas inundações teriam sido menos intensas, menos destruidoras e menos mortíferas", segundo a investigadora Mariam Zachariah, do Imperial College London.
Segundo os cientistas, as chuvas repentinas vão "tornar-se ainda mais violentas e aumentar o risco de inundações ainda mais destrutivas", se não acabar o uso de combustíveis fósseis.
A análise indica que, devido às alterações climáticas, as chuvas incessantes, ocorridas no final da época das monções sobre solos saturados, viam a sua intensidade aumentar 10% e a sua probabilidade 70%.
Provas científicas cada vez mais numerosas atestam a relação entre chuvas extremas e alterações climáticas, devido à presença maior de água na atmosfera.
"As alterações climáticas não são uma ameaça longínqua", resumiu Roshan Jha, investigador no Instituto de Tecnologia de Bombaim, na Índia.
"A cada fração de grau de aquecimento, a atmosfera pode conter mais humidade e conduzir a precipitações mais violentas e inundações devastadoras como estas", acrescentou.
Leia Também: Jovem nepalês quebra recorde ao escalar as montanhas mais altas do mundo
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com