O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, confirmou, esta quinta-feira, que as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) mataram o líder do Hamas, Yahya Sinwar.
Numa conferência de imprensa, Netanyahu vaticinou: "Ajustamos as nossas contas com ele. O Mal sofreu um golpe muito duro hoje, mas não completamos ainda a nossa missão".
O líder do governo israelita disse que o seu mais alto "compromisso", neste momento, é o "regresso" dos reféns feitos pelo Hamas no ataque de 7 de Outubro.
A morte de Sinwar - "a pessoa que realizou o pior massacre na história do povo israelita desde o Holocausto" - é um "marco importante no declínio do reino do mal do Hamas", considerou, dirigindo-se, de seguida, ao "povo de Gaza": "Dizia que reinava, mas, na realidade, escondia-se numa pequena caverna escura. [...] Gostaria de repetir, da forma mais clara: o Hamas não governará mais Gaza. Este é o início do dia depois do Hamas e esta é uma oportunidade para vocês, residentes de Gaza, finalmente se libertarem da sua tirania".
"Está a chegar o fim da guerra. Para as pessoas da região, a escuridão está a recuar, a luz está a chegar", prometeu Netanyahu, afirmando que se abre, agora, uma "oportunidade" para ter um futuro "positivo" na região.
Na declaração televisiva, de quatro minutos, Netanyahu reiterou a suposta importância da guerra que Israel trava em Gaza há mais de um ano, e que causou mais de 42.400 mortos palestinianos, a maioria civis, ao mesmo tempo que enviou uma mensagem à região, especificamente ao Líbano, onde as tropas israelitas iniciaram uma ofensiva terrestre no início deste mês.
Além disso, também ofereceu uma espécie de passagem segura aos milicianos do Hamas que ainda mantêm 97 reféns cativos em Gaza desde 07 de outubro de 2023 - um terço deles pelo menos já mortos -, a quem disse que se entregassem as suas armas e devolvessem os reféns israelitas poderão deixar a Faixa de Gaza e "ficarão vivos".
Mas advertiu: "Quem faz mal aos nossos reféns, sangra na cabeça. (...) O regresso dos nossos reféns é uma oportunidade para alcançar todos os nossos objetivos e aproxima o fim da guerra" em Gaza.
No entanto, ao mesmo tempo, o líder israelita reiterou no seu habitual tom belicista que o país continua imerso na "guerra da ressurreição" e, pedindo a ajuda de Deus, garantiu que ainda há "grandes desafios pela frente".
Por volta das 16h00 locais (14h00 em Lisboa), o exército israelita anunciou que estava a investigar se um dos três militantes mortos em operações em Gaza era Sinwar, indicando que não poderia confirmar até ter os resultados das impressões digitais e da coroa dentária, que foram todos confirmados mais tarde.
De acordo com as limitadas informações reveladas até agora, a morte de Sinouar ocorreu na quarta-feira num encontro casual entre tropas israelitas e milicianos em Rafah, no sul do enclave palestiniano.
Segundo o exército israelita, não foi encontrado nenhum dos reféns ainda mantidos em cativeiro no enclave, governado pelo Hamas desde 2007.
A imprensa israelita sugere que Sinwarteria permanecido escondido com reféns nos túneis da Faixa de Gaza até ao final de agosto, quando o Hamas abateu seis pessoas sequestradas em Rafah.
[Notícia atualizada às 19h49]
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