A mensagem foi transmitida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, David Lammy, ao homólogo, Wang Yi, durante uma visita de dois dias à China que começou hoje na capital.
Lammy vincou que os dois países "têm um interesse comum na paz europeia e no fim da guerra" e indicou que "o fornecimento de material pela China ao sistema industrial militar russo corre o risco de prejudicar as relações da China com a Europa, contribuindo simultaneamente para sustentar a guerra da Rússia".
"O ministro dos Negócios Estrangeiros instou Wang Yi a tomar todas as medidas para investigar e impedir que as empresas chinesas forneçam equipamento militar à Rússia", refere um comunicado emitido após o encontro hoje em Pequim.
Os dois ministros concordaram em manter-se em contacto sobre este conflito, a crise no Médio Oriente e outras questões de política externa.
Numa reunião que Londres classificou de "produtiva", o chefe da diplomacia britânica reiterou o desejo de uma cooperação bilateral "pragmática e mutuamente benéfica", nomeadamente no combate às alterações climáticas, apoio ao desenvolvimento e saúde global e uso seguro da Inteligência Artificial.
O Reino Unido manifestou interesse num "aumento do comércio e do investimento que crie emprego, impulsione a inovação, aumente a produtividade e proporcione à economia do Reino Unido estabilidade económica e certeza" relativamente à China, a segunda maior economia do mundo e o quarto maior parceiro comercial do Reino Unido.
A questão dos direitos humanos também foi levantada, nomeadamente sobre Xinjiang, região no noroeste da China onde existem relatos de repressão em grande escala da minoria muçulmana uigur, e em Hong Kong, antigo território britânico.
Lammy manifestou sobre Hong Kong "sérias preocupações quanto à aplicação da Lei de Segurança Nacional e ao tratamento que está a ser dado ao cidadão britânico Jimmy Lai, apelando mais uma vez à sua libertação".
"A reunião foi construtiva em todo o âmbito das relações bilaterais, desde as áreas de cooperação pragmática às questões de discórdia", garante o Ministério dos Negócios Estrangeiros, tendo ficado acordada a realização de discussões regulares entre os respetivos governos a nível ministerial.
À partida para Pequim, Lammy promemeteu uma abordagem "estável, consistente e pragmática" nas relações com a China, que esfriaram devido à repressão da liberdade de imprensa e da democracia em Hong Kong.
O ministro segue agora para Xangai, onde vai encontrar-se com líderes empresariais britânicos.
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