"Essa deve ser uma operação muito especial que a Rússia está a levar a cabo na Ucrânia, para ser necessária a ajuda de soldados de um regime que está sob sanções das Nações Unidas. Estamos, evidentemente, muito preocupados, e temos estado muito preocupados com a crescente cooperação militar entre a Coreia do Norte e a Rússia", disse o porta-voz da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros, Peter Stano.
Reagindo em nome da UE, na conferência de imprensa diária da instituição em Bruxelas, o responsável disse que o bloco está também "muito preocupado com as transferências de armas que estão a ocorrer entre estes dois países, e tudo isto está a violar flagrantemente múltiplas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas".
"Se os relatos sobre a transferência de soldados da Coreia do Norte para a Rússia se confirmarem, isso marcará um novo nível de escalada e um aumento significativo da sua cooperação, o que significa que a Coreia do Norte e a Rússia desafiaram ainda mais as regras internacionais e o direito internacional", vincou Peter Stano.
De acordo com o responsável, isso também "demonstra como a Rússia está a escalar as suas ações ilegais contra a Ucrânia e como não está, de todo, interessada em soluções pacíficas".
"Também indica que a Rússia está realmente desesperada por qualquer tipo de ajuda que possa obter porque está tão isolada", concluiu.
A Coreia do Sul convocou hoje o embaixador russo em Seul para manifestar descontentamento com a decisão de Pyongyang de enviar milhares de soldados para apoiar Moscovo na guerra com a Ucrânia, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Antes, na sexta-feira, o Serviço Nacional de Informações da Coreia do Sul garantiu que Pyongyang pretende enviar cerca de 12 mil soldados para a Ucrânia e que 1.500 já foram transferidos na semana passada para instalações militares russas nas regiões de Primorye, Khabarovsk e Amur, no Extremo Oriente.
As autoridades ucranianas informaram que Moscovo planeia enviar cerca de 10.000 soldados norte-coreanos para a região de Kursk a partir de 01 de novembro para conter os avanços ucranianos.
Moscovo considerou uma farsa as acusações, enquanto Pyongyang está a ignorar a questão.
Os analistas consideram que este acordo entre a Coreia do Norte e a Rússia está em linha com o tratado de parceria estratégica bilateral assinado em junho e que apela à assistência militar mútua no caso de um dos dois países ser atacado.
Ainda hoje, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Mark Rutte, considerou que o envio de soldados norte-coreanos para combater ao lado das forças russas na Ucrânia levaria a uma escalada significativa na guerra.
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