Irão condena Nobel da Paz Narges Mohammadi a mais 6 meses de prisão

Um tribunal de Teerão condenou Narges Mohammadi, laureada com o Prémio Nobel da Paz, a mais seis meses de prisão por protestar contra a execução de um prisioneiro, disse hoje a sua família.

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© BEHROUZ MEHRI/AFP via Getty Images

Lusa
21/10/2024 19:07 ‧ 21/10/2024 por Lusa

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Irão

"Esta nova sentença vem em resposta ao seu protesto pacífico contra a execução de Reza Rasai dentro da prisão de Evin", disse nas redes sociais a família da laureada do Nobel, sobre aquela que é a sétima sentença contra Mohammadi, encarcerada desde 2021.

 

As sentenças contra Mohammadi, Pakhshan Azizi, Varishe Moradi, Mahbubeh Rezai e Parivash Moslemi foram proferidas no sábado na sala 2 do tribunal criminal do complexo judicial Ghods de Teerão pelo juiz Abolfazl Amari Shahabi.

Foram todas condenadas a mais seis meses de prisão, com a exceção de Moslemi, a quem foram acrescentados à sua pena três meses e um dia.

A condenação deve-se à "resistência às ordens" durante um protesto na prisão, a 06 de agosto, contra a execução de Rasai pelo seu alegado envolvimento no assassínio de um oficial dos serviços secretos durante a revolta desencadeada pela morte de Mahsa Amini, em setembro de 2022.

Amini, de 22 anos, morreu após ter sido detida por não usar corretamente o véu islâmico, o que desencadeou protestos sem precedentes no país, que só abrandaram após uma repressão que resultou em 500 mortos, 22.000 detidos e na execução de 10 manifestantes.

Durante o protesto contra a execução em Evin, Mohammadi foi atingida no peito e desmaiou, de acordo com a declaração da família.

No início deste mês, a família da ativista queixou-se de que as autoridades iranianas lhe negaram tratamento médico e, em três ocasiões recentes, impediram-na de ser levada ao hospital para fazer exames a problemas cardíacos e ao aparecimento de um nódulo no peito direito, em julho deste ano.

Mohammadi, de 52 anos, detida na prisão de Evin, em Teerão, foi condenada sete vezes desde 2021 a um total de 13 anos e nove meses de prisão e 154 chicotadas, entre outras punições.

Apesar das condenações e da prisão, a ativista continua a denunciar as violações dos direitos humanos no Irão, incluindo a aplicação da pena de morte e a violência contra as mulheres que não usam o véu islâmico ('hijab').

A ativista foi galardoada com o Prémio Nobel da Paz de 2023 "pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irão e pela promoção dos direitos humanos e da liberdade para todos".

Leia Também: Irão rejeita acusações de ingerência em assuntos do Líbano

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