O enviado do Presidente norte-americano, Joe Biden, considera que, no contexto da escalada de violência no Líbano, o regresso à resolução das Nações Unidas que regula a atividade da fronteira israelo-libanesa "é insuficiente", propondo o fortalecimento do executivo de Beirute.
"O que temos de fazer não é sair do Líbano até obtermos um cessar-fogo porque, caso contrário, o Irão, o Hezbollah ou qualquer outro grupo terrorista dirão 'nós trataremos da reconstrução'", declarou Hochstein durante um fórum económico organizado pela revista Semafor em Washington.
Neste sentido, propôs a opção de "fornecer ao Líbano um pacote económico suficientemente forte", porque, "quando o Líbano é próspero, o Irão e os seus aliados são fracos", prosseguiu em alusão ao grupo armado libanês apoiado por Teerão.
Quanto à validade da Resolução 1701 da ONU, Hochstein acusou tanto Israel como o Hezbollah de a violarem constantemente, o que implica a necessidade de "construir uma arquitetura e um acordo de segurança" para evitar que "este conflito se torne num ciclo do que sempre foi" e acabar com a violência de uma vez por todas.
Hochstein deu a entender que os Estados Unidos concordariam que "as Forças Armadas Libanesas" participassem mais ativamente e "fizessem o trabalho que têm de fazer no sul do Líbano", ocupando um espaço militar controlado pelo Hezbollah.
A guerra entre Hezbollah e Israel prolonga-se desde 08 de outubro de 2023, no seguimento do ataque, no dia anterior, do grupo islamita palestiniano Hamas em território israelita.
Após quase um ano de trocas de tiros ao longo da fronteira israelo-libanesa, as forças israelitas intensificaram os seus ataques contra o Hezbollah no Líbano desde 23 de setembro, justificados com a ameaça do grupo xiita ao norte de Israel, onde se registam cerca de 60 mil deslocados.
Israel alega também que não está em guerra com o Líbano mas apenas com o Hezbollah, apesar dos seus ataques aéreos e da ofensiva terrestre iniciada em 01 de outubro e ainda dos vários incidentes que se têm somado desde então com a força militar das Nações Unidas estacionada no sul do país.
No Líbano, um país a recuperar de um colapso financeiro, dos efeitos das explosões de Beirute em 2021 e ainda da pandemia de covid-19, este conflito já provocou mais de 2.500 mortos, segundo as autoridades libanesas, a maioria no último mês, além de ter levado cerca de 1,2 milhões de habitantes a abandonar as suas casas.
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