"Iremos utilizar todos os meios disponíveis para responder com firmeza e eficácia à agressão do regime sionista", anunciou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ismail Baghai, acrescentando que "o tipo de resposta será adotado em função do tipo de ataque".
O porta-voz elogiou a resposta dos sistemas de defesa aérea iranianos, que descreveu como "um ponto de viragem na história do país", defendendo que a condenação dos ataques por países daquela zona mostra que "o principal problema da região é o regime israelita".
Baqaei sublinhou ainda que as autoridades iranianas não estão a considerar modificar a sua doutrina nuclear após os ataques israelitas e disse que "a posição do Irão contra as armas de destruição maciça é clara".
"Não acreditamos na militarização do programa nuclear", assegurou, citado pela agência de notícias iraniana Mehr.
As palavras de Baqaei surgem horas depois de o comandante da Guarda Revolucionária do Irão, Hosein Salami, ter avisado Israel que enfrentará "consequências amargas e inimagináveis" devido aos bombardeamentos, que classificou como "ilegítimos e ilegais".
O ataque de sábado, que constituiu uma retaliação de Telavive pelo lançamento, no início de outubro, de mísseis balísticos a partir do Irão para território israelita, provocou pelo menos quatro soldados iranianos mortos e danos materiais em instalações militares nas províncias de Teerão, Khuzistão e Ilam.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, denunciou os ataques à ONU e pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança, o órgão executivo máximo das Nações Unidas, para "abordar a grave violação e ações ilegais e garantir a responsabilização do regime criminoso" de Israel.
O pedido foi apoiado pela Argélia, China e Rússia e a reunião está marcada para hoje às 15:00 de Nova Iorque (19:00 em Lisboa).
O Presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, afirmou no domingo que o país não procura a guerra, mas prometeu uma "resposta apropriada" aos ataques israelitas.
Por seu lado, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, garantiu que o ataque aéreo de sábado foi "preciso e poderoso" e "alcançou todos os seus objetivos", embora ainda não seja claro quantos locais foram alvo dos aviões israelitas.
Alguns dos edifícios danificados situavam-se na base militar iraniana de Parchin, onde a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) suspeita que o Irão tenha realizado, no passado, testes para criar armas nucleares.
Há muito que o Irão insiste que o seu programa nuclear é pacífico, embora a AIEA, os serviços secretos ocidentais e outras entidades digam que Teerão teve um programa de armas ativo até 2003.
Os outros danos podem ser observados na base militar vizinha de Khojir, que, segundo os analistas, esconde um sistema de túneis subterrâneos e locais de produção de mísseis.
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