"Concordámos em reforçar as trocas de informações e conhecimentos, intensificar os contactos a todos os níveis, especialmente ao mais alto nível", anunciou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nas redes sociais.
O objetivo é "desenvolver uma estratégia de ação e contramedidas para lidar com esta escalada", referiu, citado pela agência espanhola EFE.
Zelensky e o Presidente da Coreia do Sul, Yoon Seok-yeol, mantiveram conversações por telefone sobre o envio de tropas norte-coreanas para a Rússia para ajudar na guerra contra a Ucrânia.
"Discutimos o envolvimento do exército norte-coreano na invasão russa da Ucrânia (...) e chegámos à mesma conclusão: esta guerra está a tornar-se internacional", disse Zelensky, citado pela agência francesa AFP.
Yoon Seok-yeol prometeu que Seul "não ficará de braços cruzados perante o conluio militar entre a Rússia e a Coreia do Norte", que disse ameaçar a segurança da Coreia do Sul, segundo a agência sul-coreana Yonhap.
"Observaremos atentamente a situação no campo de batalha e tomaremos medidas de resposta eficazes e progressivas", afirmou Yoon, citado num comunicado da presidência sul-coreana.
Yoon disse que não se trata apenas do problema de a Rússia "transferir tecnologia militar sensível para a Coreia do Norte" com a cooperação entre os dois exércitos.
"Se a Coreia do Norte, que não combate uma guerra moderna desde a Guerra da Coreia [1950-1953], ensinar a todo o seu exército de mais de um milhão de pessoas a experiência que adquiriu na Guerra da Ucrânia, isso representaria uma enorme ameaça à nossa segurança", afirmou.
Zelensky disse que partilhou informações com Yoon "sobre o envio de 3.000 soldados norte-coreanos para campos de treino russos perto da zona de combate".
Referiu também, repetindo informações que já tinham sido divulgadas por Kyiv e Seul, que o número de tropas norte-coreanas enviadas para a Rússia deverá atingir os 12.000.
Disse ainda que delegações da Ucrânia e da Coreia do Sul irão reunir-se em breve para coordenar as ações acordadas na conversa telefónica, a primeira desde o anúncio do envio de tropas norte-coreanas para a Rússia.
Entre outros objetivos, Kyiv e Seul pretendem aumentar o envolvimento dos aliados de ambos os países em resposta ao desenvolvimento da aliança entre Moscovo e Pyongyang, acrescentou, segundo a EFE.
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