A eleição presidencial, marcada para 26 de janeiro de 2025, terá lugar quatro anos e meio após a votação de 2020, que gerou protestos por todo o país e levou a uma dura repressão da oposição que continua.
As principais figuras da oposição foram detidas ou fugiram do país durante a repressão, na qual foram detidas cerca de 65 mil pessoas. Os ativistas dos direitos humanos dizem que a Bielorrússia detém atualmente cerca de 1.300 presos políticos e que a muitos deles são negados os cuidados médicos adequados e o contacto com as suas famílias.
Desde que chegou ao poder em 1994, Lukashenko tem reprimido persistentemente a oposição e os meios de comunicação independentes.
A Comissão Eleitoral Nacional abriu hoje as inscrições para os grupos de iniciativa, que devem recolher pelo menos 100 mil assinaturas até 06 de dezembro para nomear um candidato.
No entanto, a comissão rejeitou o registo de grupos de iniciativa do líder do movimento Pela Liberdade, Yuras Hubarevich, alegando "violação do procedimento de apresentação de documentos". O político Aliaxandar Drazdou também viu o registo negado.
"Não se trata de eleições, mas sim de uma farsa eleitoral, e as ações da Comissão Eleitoral Nacional apenas provam que nem um único adversário real de Lukashenko será autorizado a participar nas eleições", disse Hubarevich, citado pela agência Associated Press.
"Os políticos que ousaram desafiar Lukashenko estão agora literalmente a apodrecer na prisão em condições de tortura, não há contacto com eles há mais de um ano e alguns deles estão com a saúde muito debilitada", afirmou Pavel Sapelka, porta-voz da organização não-governamental de defesa dos direitos humanos Viasna, cujo fundador, vencedor do Prémio Nobel da Paz, Ales Bialiatski, está entre os detidos.
A Bielorrússia é um aliado próximo e tradicional de Moscovo, mas absteve-se de participar diretamente na ofensiva russa na Ucrânia lançada em 24 de fevereiro de 2022.
No entanto, cedeu o seu território ao exército russo para o ataque inicial e, de acordo com Kiev, permitiu que fossem utilizados os seus campos de aviação para que a Rússia pudesse realizar bombardeamentos na Ucrânia.
A Rússia instalou armas nucleares táticas na Bielorrússia durante o verão de 2023, um novo sinal da proximidade diplomática e militar entre os dois países.
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