O gabinete do presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, disse que pelo menos 3.000 dos 11.000 soldados norte-coreanos estão no oeste da Rússia.
A presença de soldados norte-coreanos na Rússia levou ao aumento da tensão entre as duas Coreias e a uma aproximação entre Seul e Kyiv, segundo a agência espanhola Europa Press.
Os serviços secretos sul-coreanos disseram na semana passada que Pyongyang pagava cerca de 2.000 dólares (cerca de 1.850 euros, ao câmbio atual) por mês a cada um dos soldados destacados para a Rússia.
Disseram também que todos os soldados da Coreia do Norte estavam a ser treinados em território russo, dadas as diferenças técnicas e militares entre os dois exércitos.
Fontes governamentais em Seul alertaram também para a possibilidade de alguns dos militares norte-coreanos estarem já destacados em zonas de combate com as forças ucranianas.
Ressalvaram, no entanto, que isso não implica necessariamente que tenham entrado na Ucrânia, mas que possa limitar-se à frente de Kursk, na Rússia.
Yoon conversou ao telefone na terça-feira com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, e ambos concordaram em desenvolver uma estratégia de ação e contramedidas para lidar com a situação.
O Presidente sul-coreano defendeu ser necessário que Seul e os seus aliados deem uma "resposta forte e unida".
Yoon falou também com o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, a quem pediu apoio do Canadá em relação ao envolvimento da Coreia do Norte na guerra da Rússia contra a Ucrânia.
O líder sul-coreano disse que Seul vai participar na Conferência da Dimensão Humana sobre a Fórmula de Paz para a Ucrânia, a realizar hoje e na quinta-feira no Canadá, para apoiar o processo de reconstrução pós-guerra do país.
Yoon anunciou também que vai iniciar esta semana conversações com Kyiv para apoiar medidas contra a Rússia e a Coreia do Norte, segundo a agência noticiosa sul-coreana Yonhap.
A Coreia do Sul está a considerar a possibilidade de enviar uma equipa para monitorizar as atividades militares da Coreia do Norte no campo de batalha e avaliar as possíveis implicações de segurança de tal destacamento, segundo a Yonhap.
Seul receia que Pyongyang possa receber tecnologia militar da Rússia em troca do destacamento de tropas e, assim, modernizar as suas forças armadas.
Embora a possibilidade de fornecer armas à Ucrânia não esteja atualmente a ser discutida, Yoon disse na semana passada que a Coreia do Sul poderia considerar essa hipótese, dependendo do nível de cooperação militar entre Pyongyang e Moscovo.
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