Num comunicado conjunto hoje divulgado, por ocasião da visita a Seul do chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell e o seu homólogo sul-coreano, Cho Tae-yul, consideraram que a cooperação militar entre a Coreia do Norte e a Rússia "não só constitui uma violação flagrante de múltiplas resoluções do Conselho de Segurança da ONU, como também prolonga o sofrimento do povo ucraniano e ameaça a segurança mundial".
Os dois representantes adiantaram ainda que acompanham de perto a situação e que estão atentos às potenciais contrapartidas assumidas por parte de Moscovo que poderão incluir, em troca do fornecimento norte-coreano de armas e pessoal militar, "o possível fornecimento de materiais e tecnologia" para apoiar objetivos militares do regime de Pyongyang.
"Estamos também profundamente preocupados com a possibilidade de qualquer transferência de tecnologia nuclear ou relacionada com mísseis balísticos" para a Coreia do Norte, o que, salientaram, "poria em risco os esforços internacionais de não-proliferação e ameaçaria a paz e a estabilidade na Península da Coreia e em todo o mundo".
O Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança e o chefe da diplomacia sul-coreana apelaram também à retirada das tropas norte-coreanas enviadas para a Rússia.
As autoridades sul-coreanas calculam que a Coreia do Norte já enviou 11.000 tropas para a Rússia para serem destacadas para a guerra contra a Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.
Seul disse que Pyongyang pagava cerca de 2.000 dólares (cerca de 1.850 euros, ao câmbio atual) mensais a cada soldado e que a força estava a ser treinada na Rússia, dadas as diferenças técnicas entre os dois exércitos.
Fontes governamentais admitiram a possibilidade de alguns dos soldados serem destacados para zonas de combate com as forças ucranianas, embora isso não implique necessariamente uma entrada na Ucrânia e possa limitar-se à frente de Kursk, região fronteiriça russa.
Também em Seul, o Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, apelou hoje à adoção de medidas contra a "cooperação militar ilegal" entre a Coreia do Norte e a Rússia, que disse representar uma ameaça à segurança da Coreia do Sul.
"A recente situação da segurança internacional e a cooperação militar ilegal entre a Coreia do Norte e a Rússia representam uma ameaça significativa para a nossa segurança nacional", afirmou Yoon, citado pela agência sul-coreana Yonhap.
"Iremos analisar minuciosamente todos os cenários possíveis para preparar contramedidas", afirmou, também citado pela agência espanhola Europa Press.
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