O ataque ocorreu na província ocidental do Lago Chade, que faz fronteira com os vizinhos Camarões, Níger e Nigéria, onde as forças armadas ativaram uma operação de represália pelo ataque de 27 de outubro, segundo as mesmas fontes citada pela agencia espanhola EFE.
"As forças armadas, sob o comando direto do Presidente Mahamat Idriss Deby Itno, intensificaram os seus esforços para perseguir os responsáveis por este ataque, reforçando assim as medidas de segurança na região", disse o coronel Nour Adoum, que dirige uma unidade do exército na zona do lago.
"Esta operação é um ato de retaliação e um compromisso das autoridades para combater o terrorismo e proteger a soberania do país", disse Adoum, sem dar mais pormenores.
As autoridades militares sublinharam a sua determinação em erradicar os grupos terroristas que ameaçam a estabilidade do Chade e da região, mas estas operações também causaram um número desconhecido de mortes de civis, de acordo com residentes locais e algumas fontes médicas ouvidas na sexta-feira.
Como parte da resposta aos ataques terroristas, o exército chadiano levou a cabo uma operação na passada quarta-feira, na qual foram mortos pelo menos 65 terroristas, disse à EFE um membro sénior das forças armadas, que quis manter o anonimato.
O ataque ocorreu a 27 de outubro, quando os terroristas atacaram uma base militar chadiana em Barkaram, uma ilha no lago a oeste da cidade de Ngouboua, matando cerca de 40 soldados.
O Presidente do Chade comprometeu-se recentemente a intensificar os esforços para erradicar estas ameaças, sublinhando a importância da cooperação internacional na luta contra o terrorismo.
Fazendo fronteira com o Chade, o Níger, os Camarões e a Nigéria, o Lago Chade é uma vasta extensão de água com centenas de ilhotas, algumas das quais servem de esconderijo a grupos terroristas como o Boko Haram e a sua ramificação, o Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP).
Ambos têm por objetivo impor um Estado de tipo islâmico no pais, que é predominantemente muçulmano no Norte e predominantemente cristão no Sul.
O Boko Haram e o ISWAP mataram mais de 35.000 pessoas e provocaram cerca de 2,7 milhões de deslocados internos, principalmente na Nigéria, mas também em países vizinhos como os Camarões, o Chade e o Níger, de acordo com dados do Governo e da ONU.
Em junho de 2024, o Gabinete Internacional para as Migrações (OIM) contabilizou mais de 220.000 pessoas deslocadas na região do Lago Chade devido a ataques de grupos armados.
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