Turquia diz não haver "nenhuma justificação razoável" no bloqueio da adesão à UE
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou hoje em Budapeste que "não há justificação razoável" para que o processo de adesão de Ancara à União Europeia (UE) continue bloqueado.
© FERENC ISZA/AFP via Getty Images
Mundo Erdogan
"Não existe qualquer justificação razoável para bloquear o processo de adesão à UE de um país candidato como a Turquia, que há muito contribui de forma significativa para a prosperidade e a segurança da Europa", afirmou Erdogan, citado pela agência noticiosa turca Anatolia.
Erdogan adiantou que a Turquia está pronta para o "diálogo e a cooperação", salientando ao mesmo tempo que "as barreiras políticas e as atitudes preconceituosas" que estão a impedir estabelecer uma cooperação mais profunda "devem ser ultrapassadas".
"Caso contrário, a Europa não conseguirá realizar as transformações intelectuais e económicas de que necessita", defendeu o chefe de Estado turco, que hoje participou na 5.ª cimeira da Comunidade Política Europeia em Budapeste, capital da Hungria.
Criada em 2022 após a invasão russa da Ucrânia, a Comunidade Política Europeia é uma plataforma de coordenação política para debates sobre o futuro da Europa.
A Turquia apresentou formalmente o seu pedido de adesão à UE em 1987, mas foi obrigada a esperar até 1999 para obter o estatuto de candidato e até 2005 para dar início às conversações.
No entanto, o processo está praticamente estagnado desde que vários indicadores apontaram para um retrocesso na qualidade democrática do país e no respeito pelos direitos humanos, nomeadamente a liberdade religiosa, identidade de género e orientação sexual. Os litígios com o Chipre, membro do bloco europeu, também têm sido um obstáculo.
Ancara tem denunciado repetidamente a falta de progressos no processo, o mais longo para a adesão de um país ao bloco, congelado há anos.
Apesar do seu estatuto de candidato, o país continua a ser um dos vizinhos mais complexos da UE, devido às tensões relacionadas com a exploração de gás em águas disputadas com a Grécia e o Chipre no Mediterrâneo Oriental, à influência turca na Líbia, ao apoio de Erdogan à divisão do Chipre, à perseguição da dissidência interna e ao incumprimento de compromissos internacionais, como a Convenção de Istambul sobre a violência baseada no género.
Recep Tayyip Erdogan apresenta-se como um chefe de Estado que quer salvaguardar a herança muçulmana do país e incentivá-la.
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