Numa mensagem publicada, no domingo, nas redes sociais, o líder da coligação armada conhecida como Vivre Ensemble (Viver Juntos), Jimmy Chérizier, conhecido como 'Barbecue', afirmou que "a batalha vai recomeçar", acrescentando: "se não for necessário, não têm de sair para a rua".
"O tempo de observação terminou (...) Ficámos sentados a observar para que as pessoas não digam que fomos nós que impedimos as escolas de abrir as portas", disse 'Barbecue', um antigo polícia que se tornou um poderoso líder dos grupos armados.
A coligação "tem de agir", disse. "Chegou o momento, como vocês estão habituados a fazer, de tomar o destino deste país nas vossas próprias mãos", adiantou.
No vídeo de cinco minutos, 'Barbecue' considerou que as autoridades não estão a zelar pelos interesses do povo haitiano, ao referir-se ao conflito entre o Conselho Presidencial de Transição (TPC, na sigla em francês) e o primeiro-ministro, que levou o TPC a demitir Garry Conille e nomear o empresário Alix Didier Fils-Aime.
Além de Jimmy Chérizier, outro chefe de bando e membro da coligação Vivre Ensemble, Jeff Gwo Lwa, que dirige a zona de Canaã, a norte da capital Porto Príncipe, aconselhou a população a ficar em casa e evitar riscos quando a violência aumentar.
"À população do Norte, do Planalto Central, de Artibonite e de todo o lado, especialmente dos cinco departamentos que me são próximos..., a partir de segunda-feira [hoje], peço a todas estas pessoas que não regressem a Porto Príncipe. As estradas vão ficar intransitáveis", avisou Jeff Gwo Lwa.
O que acontecer a quem estiver na rua "não é da conta do Vivre Ensemble", acrescentou.
Apesar da presença, desde junho, de tropas da Missão Multinacional de Apoio à Segurança, liderada e apoiada pela ONU, a violência no Haiti continua sem tréguas.
Entre julho e setembro, pelo menos 1.223 pessoas morreram e 522 ficaram feridas no Haiti devido à violência e da luta contra os gangues, indicam dados do Gabinete Integrado da ONU no Haiti.
No primeiro semestre do ano, o número total de vítimas, entre mortos e feridos, foi de 3.900, depois de em 2023 terem sido registadas cerca de oito mil vítimas.
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