Parlamento israelita suspende deputado por criticar a ofensiva em Gaza

O deputado israelita Ofer Cassif foi temporariamente suspenso pelo Comité de Ética do Parlamento (Knesset) pelas suas críticas ao exército israelita e à ofensiva militar em Gaza, segundo os meios de comunicação social locais.

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Lusa
11/11/2024 18:20 ‧ 11/11/2024 por Lusa

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Médio Oriente

A suspensão deveu-se igualmente ao seu apoio à denúncia de genocídio apresentada pela África do Sul contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), apresentada ao Tribunal em 29 de dezembro de 2023 relativamente à conduta de Israel na Faixa de Gaza.

 

Durante os próximos seis meses, Cassif, o único deputado judeu do Partido Hadash-Ta'al, de maioria árabe, só poderá entrar nas sessões plenárias do Parlamento ou nas reuniões das comissões nas quais tem assento para votar.

O seu salário foi também suspenso durante duas semanas pela comissão parlamentar, que tomou a decisão por unanimidade, noticiou o jornal The Times of Israel.

A comissão, que já havia tentado expulsar o deputado de esquerda, citou um "padrão sistemático de ação", referindo-se às repetidas críticas de Cassif à ofensiva de Israel em Gaza e às operações na Cisjordânia.

Apesar de vários membros reconhecerem, na ordem de expulsão, que a liberdade de expressão deve ser protegida em tempo de guerra, argumentam ao mesmo tempo que existe uma diferença entre a "crítica legítima" e o encorajamento do "derramamento de sangue contra soldados do exército e do Estado de Israel".

Alguns ministros, como o ultranacionalista Itamar Ben Gvir, que dirige a pasta da Segurança Nacional, consideraram a medida insuficiente e pediram a cessação permanente e a expulsão do eleito para a Síria.

Na sequência da decisão, Cassif insistiu que as suas declarações contra "a ocupação, a limpeza étnica, os crimes de guerra e o genocídio cometidos pelo governo israelita em Gaza são declarações bem fundamentadas, protegidas pela liberdade de expressão política".

O deputado denunciou também na sua conta na rede social X (antigo Twitter) que a sua expulsão faz parte de uma "perseguição política contra os opositores da guerra e os críticos do governo sanguinário" do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

"Não vou ficar calado, vou continuar a lutar pelo fim da guerra, pelo regresso dos reféns, pelo fim da ocupação e pelo estabelecimento de um Estado palestiniano ao lado de Israel: pela paz, igualdade e justiça para ambas as nações", concluiu.

Leia Também: Israel. Anexação total da Cisjordânia após a vitória de Trump?

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