Presidente da Guiné-Bissau permite manifestações "dentro de ordem e disciplina"

O Presidente da Guiné-Bissau anunciou hoje que voltaram a ser permitidas as manifestações no país, mas avisou que tudo terá de ser "dentro de ordem e disciplina".

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Lusa
14/11/2024 18:50 ‧ 14/11/2024 por Lusa

Mundo

Guiné-Bissau

Umaro Sissoco Embaló fez o anúncio durante a cerimónia de juramento da bandeira nacional de novos soldados e polícias a que deu o nome de "Incorporação Ordem e Disciplina".

 

Falando numa parada militar no centro de instrução militar de Cumeré, no norte da Guiné-Bissau, a 36 quilómetros de Bissau, Embaló exortou os militares e polícias a trabalharem para que "haja paz, estabilidade, ordem e disciplina" no país.

"As pessoas estão a dizer que são proibidas de se manifestar em público, a partir de hoje toda a gente está autorizada a marchar. Quem quiser que vá. Onde está o problema", questionou o Presidente guineense.

Sissoco Embaló afirmou que "tem de haver ordem e disciplina" na Guiné-Bissau, mas sublinhou que cabe à polícia garantir que assim seja.

Desde janeiro que a Polícia de Ordem Pública, pela voz do comissário nacional, Salvador Soares, anunciou a proibição de manifestações, marchas ou comícios populares na Guiné-Bissau, alegadamente por razões de segurança.

Em diversas ocasiões, a polícia guineense dispersou, com granadas de gás lacrimogéneo e cassetetes ações do género ensaiadas por partidos da oposição ou por organizações da sociedade civil.

Umaro Sissoco Embaló disse que aquelas proibições acabaram a partir de hoje, mas deixou um aviso: "a Constituição da República diz que não se pode manifestar 500 metros perto do palácio da República".

O Presidente guineense afirmou que "acabaram os golpes de Estado" no país e que os cidadãos devem compreender que a "Guiné-Bissau é de todos os seus filhos".

Embaló evocou o golpe de Estado de 14 de novembro de 1980, em que, disse, participaram, entre outros, as atuais chefias militares, mas enalteceu o facto de ter sido "um golpe necessário".

Embaló afirmou que o regime deposto então "assassinou muitos guineenses, enterrados em valas comuns" e ainda afirmou que as atuais chefias militares "nunca mais vão participar num golpe de Estado" por serem "soldados exemplares".

Leia Também: Coligação da oposição guineense lamenta interferência militar na política

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