"Devemos considerar a guerra contra a Rússia, que os Estados Unidos e o Ocidente estão a travar, enviando a Ucrânia como guarda avançada, como uma guerra para aumentar a sua experiência prática", disse o líder da Coreia do Norte.
Kim falava na sexta-feira em Pyongyang, durante uma conferência de comandantes e instrutores militares, num discurso tornado público pela agência de notícias oficial norte-coreana KCNA.
"À medida que os belicistas dos EUA continuam a prestar apoio militar à Ucrânia e a Israel, mais países são apanhados na guerra e a situação de segurança internacional torna-se mais perigosa, aumentando a ansiedade de que a Terceira Guerra Mundial possa eclodir", disse o chefe de Estado.
Kim não mencionou os cerca de 11 mil soldados que, de acordo com a Ucrânia e alguns dos aliados de Kiev, a Coreia do Norte já enviou para a Rússia.
O secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, disse no domingo em Darwin, norte da Austrália, que os EUA ainda não viram "muito combate" por parte das tropas norte-coreanas na Ucrânia, mas que acredita que verão "em breve".
"Não vimos muito combate até agora, mas penso que veremos em breve", disse Austin, numa conferência de imprensa com os homólogos australiano e japonês, Richard Marles e Gen Nakatani, respetivamente.
O chefe do Pentágono referiu que as tropas norte-coreanas vão enfrentar desafios na guerra na Ucrânia, incluindo na comunicação com os militares russos, devido à barreira linguística.
Por outro lado, o líder da Coreia do Norte acusou a aliança militar entre a Coreia do Sul, o Japão e os Estados Unidos de ameaçar a paz e a estabilidade na Ásia-Pacífico e na península coreana, através da realização de manobras militares conjuntas e do envio de armas estratégicas.
Kim defendeu que os três procuram formar uma "NATO asiática" ao mesmo tempo que arrastam membros da Aliança Atlântica e outros aliados para a região.
"Em suma, a aliança militar liderada pelos EUA está a expandir-se para um âmbito mais amplo que abrange a Europa e a região Ásia-Pacífico, e o peso da sua agressão está a ser concentrado em nada menos que o nosso país, o inimigo hostil e beligerante mais antigo dos Estados Unidos", disse o chefe de Estado.
Kim considerou necessário continuar a reforçar a defesa da Coreia do Norte face à possibilidade, sempre presente, de eclosão de um conflito.
"Deixem-me enfatizar mais uma vez que a tarefa mais importante e vital para as nossas Forças Armadas é a guerra, a preparação para enfrentar a guerra", disse o líder.
Kim garantiu que a Coreia do Norte continuará a "reforçar o poder de autodefesa do país focado nas armas nucleares".
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