Ursula von der Leyen, no seu discurso numa sessão da reunião do G20 sobre desenvolvimento sustentável e transição energética, a última da presidência brasileira à frente do grupo, frisou que apoiará a presidência sul-africana, que assume a 30 de novembro, e a presidência da COP30 brasileira, no próximo ano, a mobilizar "o investimento em energias renováveis em África".
África, disse, "possui 60% dos melhores recursos solares do mundo" mas, ao mesmo tempo tem "600 milhões de pessoas que não têm eletricidade".
"Vamos colmatar essa lacuna", garantiu a responsável europeia, recordando que nos próximos cinco anos, a União Europeia vai investir "pelo menos quatro mil milhões de euros em energias renováveis e hidrogénio nas economias em desenvolvimento, no âmbito da iniciativa Global Gateway".
Num discurso com uma tónica semelhante à do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, Ursula von der Leyen sublinhou que atualmente todos já sabem que "os combustíveis fósseis prejudicam o clima e saúde individual".
Para além disso, "os combustíveis fósseis também têm colocado pressão sobre muitas das nossas economias", frisou.
Acelerar a transição energética é por isso imperativo, disse, já que as energias renováveis "são de origem nacional, criam independência, criam emprego, são limpas e mais baratas do que as alternativas aos combustíveis fósseis".
Na declaração final, que era esperada apenas para hoje à tarde, último dia da cimeira realizada na cidade brasileira do Rio de Janeiro, os líderes mostram-se "determinados a liderar ações ambiciosas, oportunas e estruturais" nas suas economias nacionais "e no sistema financeiro internacional com o objetivo de acelerar e ampliar a ação climática".
Na declaração menciona-se ainda que os países vão encorajar-se mutuamente para com o objetivo de "emissões líquidas zero de GEE/neutralidade climática levando em consideração o Acordo de Paris", mas também as "diferentes circunstâncias, caminhos e abordagens nacionais".
Para além dos representantes dos países membros plenos do grupo das maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana, no Rio de Janeiro encontram-se representantes de 55 países ou organizações internacionais, entre os quais Portugal - país convidado pelo Brasil -, representado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro; Angola, representada pelo seu Presidente João Lourenço; e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
O G20 é constituído pelas principais economias do mundo. A presidência do Brasil termina no final do mês, passando em dezembro para a África do Sul.
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