Produção petrolífera? Angola alerta contra "soluções extremas"

O Presidente angolano defendeu uma abordagem equilibrada na adoção de leis que limitam a produção de petróleo, "para não se cair em soluções extremas" e criar dificuldades para os países carenciados, "agravando a situação de pobreza das populações".

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Lusa
19/11/2024 ‧ há 3 horas por Lusa

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Angola

João Lourenço, que discursava no segundo dia de trabalhos da cimeira do G20, que decorre na cidade brasileira do Rio de Janeiro, frisou que a "adoção de leis com efeito supranacional que limitam a indústria extrativa", destacando a produção de petróleo, "merecem uma abordagem equilibrada e realista para não se cair em soluções extremas, que acabariam por criar dificuldades de toda a índole, afetando os esforços de desenvolvimento dos países mais carenciados, podendo agravar a situação de pobreza das populações".

 

O chefe de Estado angolano sublinhou que este país africano lusófono está a empreender um grande esforço para observar, com rigor, nos seus programas de desenvolvimento, "as mais importantes decisões e recomendações sobre a preservação ambiental", apesar de faltar "recursos financeiros, meios tecnológicos e recursos humanos suficientes e convenientemente preparados para lidar com este problema".

Segundo João Lourenço, Angola e África de maneira geral têm "vontade política firme" para conseguir alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas.

"Pretendemos continuar a sensibilizar os nossos parceiros internacionais com reconhecida robustez financeira, tecnológica e científica, para se engajarem mais na luta contra as alterações climáticas, fazendo subvenções adicionais distintas da ajuda pública ao desenvolvimento, não devendo prejudicar a assistência a outras necessidades ligadas ao crescimento económico e ao progresso", frisou.

O Presidente de Angola realçou que países em processo de desenvolvimento "necessitam de um apoio adequado, consistente e atempado, através da disponibilização de recursos financeiros e de tecnologias que lhes permitam fazer face à desertificação, à degradação dos solos, à seca e a outros fenómenos críticos que afetam a implementação bem-sucedida de programas de adaptação e mitigação dos efeitos decorrentes das alterações climáticas".

Para João Lourenço, os esforços para se garantir um desenvolvimento sustentável não devem estar limitados à questão do ambiente e desassociados de outros fatores, como o da dívida externa, "por vezes incomportável", o que fragiliza a capacidade de intervenção dos países, apelando aos países e instituições credoras para que olhem para esta matéria "com um profundo sentido de solidariedade e de justiça".

"Mesmo com as condicionantes a que fiz alusão, Angola não cruzou os braços e tem vindo a levar muito a sério o seu programa de ação climática, de modo a contribuir de forma efetiva para a redução dos efeitos adversos da poluição ambiental", vincou João Lourenço, salientando que o país está "a trabalhar aturadamente para modificar a sua matriz de produção de energia elétrica, evoluindo para fontes limpas".

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