"Batalhas ferozes" com mais de 200 mortos. O que se passa na Síria?

Morreram mais de 200 pessoas desde quarta-feira e a Rússia regressou ao conflito pela primeira vez desde 2016. Fique a par dos novos desenvolvimentos no conflito.

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Notícias ao Minuto
01/12/2024 08:53 ‧ há 3 horas por Notícias ao Minuto

Mundo

Síria

A cidade de Alepo, na Síria, não era bombardeada desde 2016, mas na quarta-feira foi alvo de um ataque surpresa do grupo rebelde Hayat Tahrir al-Sham, contra o regime do presidente Bashar al-Assad. Desde então, já morreram pelo menos 225 pessoas e o antigo braço sírio da Al-Qaeda conquistou grande parte da segunda maior cidade do país.

 

Os 'jihadistas' e os seus aliados cortaram na quinta-feira a estrada vital que liga a capital Damasco a Alepo, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), e assumiram o controlo do cruzamento rodoviário entre Alepo e a cidade costeira de Latakia. 

Caso o exército sírio não consiga controlar os ‘jihadistas’, a guerra civil, que dura há 13 anos e estava esquecida desde 2020 – altura em que também se registaram confrontos violentos -, pode voltar a tomar grandes proporções.

Exército promete repelir ataques de rebeldes

Perante este ataque surpresa, o Exército sírio afirmou, na sexta-feira, que vai repelir a ofensiva dos 'jihadistas' e dos seus aliados, enquanto o OSDH também confirmou que as fações armadas "conseguiram entrar nos limites dos bairros de Hamdaniya e Nova Alepo", no oeste da cidade, onde os rebeldes realizaram "um duplo ataque suicida" com dois carros armadilhados.

Síria. Exército promete repelir ataques de rebeldes que entraram em Alepo

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O Exército sírio afirmou hoje que vai repelir a ofensiva dos 'jihadistas' e dos seus aliados, que conseguiram entrar no interior da cidade de Alepo, no norte da Síria.

Lusa | 16:33 - 29/11/2024

No entanto, os 'jihadistas' e aliados acabaram por assumir o controlo da cidade estratégica de Saraqeb, a sul de Alepo, a segunda cidade da Síria também já invadida, em dois dias. Uma tomada importante para os rebeldes porque os ajudará a "impedir que o regime avance em direção a Alepo", detalhou o OSDH.

A Rússia foi um dos primeiros países a reagir a este ataque surpresa, com a presidência a condenar os confrontos dos extremistas islâmicos, mas a recusar comentar notícias sobre uma visita do Presidente sírio Bashar al-assad a Moscovo para se encontrar com Vladimir Putin.

Questionado sobre se Bashar al-Assad estava em Moscovo, como afirmam alguns meios de comunicação e canais das redes sociais, Peskov afirmou que "não tem nada a dizer".

Rússia entra no conflito pela primeira vez em oito anos

Algumas horas depois, ainda na sexta-feira, o Kremlin entrava no conflito pela primeira vez em oito anos, com o exército russo a anunciar que a sua força aérea estava a bombardear grupos "extremistas" na Síria em apoio às forças do regime.

De acordo com este porta-voz, 200 combatentes foram "eliminados" nas últimas 24 horas, uma informação que a agência France-Presse (AFP) declarou não ter podido verificar. 

O OSDH destacou estes primeiros bombardeamentos feitos pelos militares russos e sírios desde 2016, quando as forças leais ao presidente sírio, Bashar al-Assad, garantiram o controlo da segunda maior cidade daquele país com apoio e cobertura da Rússia e de milícias afiliados ao Irão.

Segundo esta organização não governamental com sede em Londres e uma extensa rede de informadores no país, os ataques aéreos conjuntos da Síria e da Rússia tiveram como objetivo principal o bairro de Al Furqan, no oeste de Alepo, por onde os combatentes da aliança da Organização pela Libertação do Levante e de outras fações apoiadas pela Turquia estavam a entrar. 

Do lado turco pediu-se a cessação dos ataque à cidade de Idlib e à sua região, o último bastião 'jihadista' e rebelde no noroeste da Síria, após a série de ofensivas das forças aéreas russas e sírias. Esta era a primeira reação oficial da Turquia desde o início da ofensiva-relâmpago.

Turquia pede fim dos ataque dos rebeldes 'jihadistas' na Síria

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A Turquia pediu hoje a cessação dos ataques à cidade de Idlib e à sua região, o último bastião 'jihadista' e rebelde no noroeste da Síria, após uma série de ofensivas das forças aéreas russas e sírias.

Lusa | 17:16 - 29/11/2024

"Batalhas ferozes" fazem "dezenas de mortos e feridos"

Apesar da ajuda da Rússia, a Síria não conseguiu travar os rebeldes e, no sábado, as Forças Armadas do país reconheciam que o grupo rebelde, ajudado por "centenas de terroristas estrangeiros", tinha recuperado "grande parte dos bairros de Alepo". O Ministério da Defesa da Síria dava conta de "batalhas ferozes" que estavam a causar "dezenas de mortos e feridos".

Horas depois, a Rússia anunciava que discutiu, no sábado, com o Irão e a Turquia, em conversações separadas, a situação "perigosa" na Síria.

Durante o telefonema entre os chefes da diplomacia russa e turca, Sergei Lavrov e Hakan Fidan, "as duas partes manifestaram a sua profunda preocupação com o perigoso desenvolvimento da situação na Síria, ligada à escalada militar nas províncias de Alepo e Idlib".

Entretanto, no terreno, as fações rebeldes fizeram progressos, assumindo o controlo do aeroporto de Alepo e de locais estratégicos nas províncias vizinhas de Idlib e Hama. O OSDH referiu que assumiram o controlo de "dezenas de localidades estratégicas sem qualquer resistência".

Já à noite, no sábado, o presidente sírio, Bashar al-Assad, afirmou que o país será capaz de "derrotar os terroristas" e “defender a sua estabilidade e integridade territorial”.

Assad diz que Síria pode

Assad diz que Síria pode "derrotar os terroristas" após ofensiva rebelde

O Presidente sírio, Bashar al-Assad, afirmou hoje que o país será capaz de "derrotar os terroristas", após uma ofensiva lançada na quarta-feira por uma coligação de grupos rebeldes dominados por islamistas no noroeste.

Lusa | 23:28 - 30/11/2024

São os primeiros confrontos desta magnitude em vários anos na Síria, onde uma guerra devastadora eclodiu em 2011, opondo o regime de al-Assad a forças rebeldes.

Leia Também: "A Síria que eu conhecia talvez já não exista"

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