"Claro que não", respondeu Irakli Kobakhidze aos jornalistas na capital, Tiblíssi, quando questionado se o Governo aceitaria organizar novas eleições legislativas.
A Geórgia está dividida desde que o partido no poder, o pró-russo Sonho Georgiano, declarou vitória nas legislativas de 26 de outubro, com os partidos da oposição (pró-UE) a alegaram que o ato eleitoral foi marcado por irregularidades.
Confrontos entre polícia e manifestantes pró-europeus eclodiram na noite de sábado na capital georgiana, a terceira consecutiva de protestos contra a decisão do Governo de adiar até 2028 as discussões para a adesão do país à UE.
Polícias com equipamento antimotim dispararam balas de borracha, gás lacrimogéneo e usaram canhões de água para dispersar os manifestantes que lançavam fogos de artifício.
A Presidente pró-europeia Salome Zurabishvili anunciou que não renunciará ao seu mandato, que termina este ano, até que novas eleições legislativas sejam organizadas no país que vive, assim, uma plena crise política.
Os partidos pró-europeus estão a boicotar o novo parlamento e Zurabishvili procurou que os resultados das eleições fossem anulados pelo Tribunal Constitucional.
O parlamento recém-eleito, que Zurabishvili considera ilegítimo, anunciou que elegeria o próximo Presidente em 14 de dezembro e que a sua posse para um mandato de cinco anos ocorreria em 29 de dezembro.
Na semana passada, o Sonho Georgiano nomeou Mikheil Kavelachvili, um ex-jogador de futebol que entrou na política pela extrema-direita, como seu candidato para este cargo.
De acordo com as alterações constitucionais impostas por esse partido em 2017, o Presidente será pela primeira vez escolhido por um colégio eleitoral e não por voto popular.
Com o partido Sonho Georgiano a controlar o colégio eleitoral, a eleição de Kavelashvili é considerada um dado adquirido.
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