Dos 90 lugares já atribuídos dos 174 da câmara baixa (Dáil) do parlamento, os centristas (Fianna Fail) do vice-primeiro-ministro Micheal Martin ganhou 23, e os democratas-cristãos (Fine Gael) do primeiro-ministro Simon Harris 22.
O partido nacionalista de esquerda Sinn Féin, liderado por Mary Lou McDonald e que obteve uma pequena vantagem nas sondagens à boca das urnas na sexta-feira, está em terceiro lugar, com 21 lugares nesta fase.
A participação foi historicamente baixa, de 59,7%, algo inédito desde pelo menos 1923, segundo os meios de comunicação locais.
Para formar a maioria, um partido ou coligação tem de reunir pelo menos 88 lugares.
"O centro manteve-se firme", regozijou-se hoje Paschal Donohoe, do Fine Gael, ele próprio reeleito. "Mas ainda temos muito trabalho a fazer", acrescentou.
O futuro governo terá de enfrentar os desafios que a Irlanda e os seus 5,4 milhões de habitantes enfrentam. Apesar da economia próspera, assente numa tributação vantajosa que atrai investimento estrangeiro, o país atravessa uma crise habitacional e de custo de vida, com a imigração a ser também um dos principais temas da campanha.
Antes da votação, o Fianna Fail e o Fine Gael rejeitaram qualquer aliança com o Sinn Féin, o antigo braço político do grupo paramilitar do Exército Republicano Irlandês (IRA, na sigla inglesa), que lutou durante décadas contra os britânicos na Irlanda do Norte, até ao acordo de paz de 1998.
Sinn Féin voltou a colocar estes problemas no centro do seu programa para tentar repetir o sucesso eleitoral de há cinco anos, ao qual acrescentou agora um plano para realizar um referendo sobre a reunificação da Irlanda antes de 2030.
Nas eleições anteriores, em 2020, o Sinn Féin obteve o maior número de votos, mas não conseguiu criar uma coligação.
O fracasso da líder nacionalista em formar um Governo deu lugar à histórica coligação entre centristas e democratas-cristãos, rivais desde a Guerra Civil (1922-1923), que partilham o poder desde então.
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