Em declarações divulgadas pela embaixada alemã em Pequim na rede social Weibo, após a chegada, a ministra disse que não ia ignorar "o facto de a China estar a ir contra interesses europeus fundamentais através da ajuda económica e do fornecimento de armamento à Rússia".
"A brutal guerra de agressão de Putin contra a Ucrânia ameaça diretamente a paz na Europa", acrescentou Baerbock, que instou Pequim a "assumir a responsabilidade pela paz e segurança no mundo como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU".
Desde o início da guerra na Ucrânia, a China tem mantido uma posição ambígua, apelando ao respeito pela "integridade territorial de todos os países", incluindo a Ucrânia, e à atenção às "preocupações legítimas de todos os países", em referência à Rússia, negando, no entanto, ter prestado assistência militar a Moscovo.
Baerbock abordará igualmente as tensões comerciais entre a China e a União Europeia (UE) durante a estada de dois dias no país asiático.
"Não toleraremos que outros violem as regras em detrimento da indústria alemã e europeia, seja através da sobreprodução subsidiada pelo Estado, seja na questão dos Direitos Humanos, quando normas laborais fundamentais são ignoradas", avisou.
A chefe da diplomacia alemã garantiu ainda que a Alemanha "não vai fechar os olhos" se "a concorrência económica for abusada e transformada em concorrência sistémica".
Desde outubro passado, a UE aplicou taxas adicionais de até 35,3% sobre os veículos elétricos importados do país asiático.
O bloco tomou esta medida por considerar que recebeu apoio suficiente na votação que os governos da UE realizaram em outubro: cinco países opuseram-se à aplicação das taxas (incluindo a Alemanha), dez apoiaram-nas e 12 abstiveram-se.
Além do encontro com Wang, Baerbock deve reunir-se com representantes de empresas alemãs na China.
Depois da viagem à China, a ministra seguirá diretamente para Bruxelas para a próxima reunião do Conselho de ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO, que decorre entre terça e quarta-feira, com destaque para o apoio ocidental à Ucrânia, os ataques híbridos da Rússia e a cooperação de Moscovo com a China e a Coreia do Norte.
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