Numa conversa telefónica com o seu homólogo iraniano, Massud Pezeshkian, Assad declarou que a "escalada terrorista" está a "tentar dividir a região, desintegrar os seus Estados e redesenhar o mapa da zona de acordo com os interesses e os objetivos dos Estados Unidos e do Ocidente".
Hoje, a Turquia, que apoia fações rebeldes na Síria, refutou qualquer "ingerência estrangeira" na ofensiva lançada na quarta-feira por uma coligação liderada por islamistas no norte do país.
"Seria um erro, nesta fase, tentar explicar os acontecimentos na Síria por qualquer interferência estrangeira", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, numa conferência de imprensa em Ancara com o seu homólogo iraniano, Abbas Araghchi.
O Governo do Irão garantiu hoje que vai manter o envio de "assessores militares" para a Síria apesar da ofensiva lançada por grupos rebeldes e 'jihadistas' na província de Alepo, após a morte de um alto responsável da Guarda Revolucionária iraniana presente na região em apoio das autoridades sírias.
"Estamos presentes naquele país há muitos anos, quando o povo sírio enfrentou a ameaça do terrorismo, e a convite do Governo sírio", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmaeil Baqaei, que sublinhou que esta presença "não é algo de novo" e que "continuará no futuro, de acordo com o desejo do Governo sírio".
Já o líder da aliança liderada pelas Forças Democráticas Sírias (FSD), Mazloum Abdi, afirmou hoje que os seus combatentes estão a tentar, sem sucesso, retirar a população curda de Alepo através de um corredor que controlam.
"Estamos a trabalhar ativamente com todas as partes relevantes na Síria para garantir a segurança do nosso povo e facilitar a sua transferência segura da região de Tal Rifaat e Al Shahba para as nossas áreas seguras no nordeste do país", disse o líder curdo sírio.
Uma coligação de grupos rebeldes liderados pelos islamitas do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), o antigo ramo sírio da organização terrorista al-Qaida, lançou na quarta-feira uma ofensiva relâmpago no norte da Síria e tomou controlo da maior parte de Alepo, a segunda maior cidade do país, e de várias outras cidades, nomeadamente na província de Hama.
As fações islâmicas, lideradas pela Organização de Libertação do Levante, a antiga Frente Nusra, uma antiga afiliada da Al Qaeda, e outros grupos pró-Turquia, conseguiram expulsar o exército de Al-Assad de grande parte da cidade de Alepo e de outras zonas do nordeste da Síria.
"Confrontados com o colapso e a retirada do exército sírio e dos seus aliados, intervimos para abrir um corredor humanitário entre as nossas regiões orientais, Alepo e a região de Tal Rifaat para proteger o nosso povo dos massacres", disse o líder do FSD na mensagem divulgada na rede social X em que acusa novamente a Turquia de apoiar a ofensiva dos islamistas.
A ofensiva lançada pelos rebeldes 'jihadistas' no norte da Síria fez pelo menos 412 mortos, incluindo 61 civis, de acordo com um balanço fornecido por uma organização não-governamental (ONG).
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