"Foi expresso um apoio incondicional às ações legais das autoridades sírias para restaurar a ordem constitucional e a integridade territorial do país", afirmou o Kremlin (presidência russa) num comunicado, a propósito de uma conversa telefónica hoje mantida entre os dois líderes.
Na conversa, Putin e Pezeshkian abordaram "a agressão em grande escala de grupos terroristas e formações armadas", que interpretaram como uma tentativa de "minar a soberania e a estabilidade política, social e económica do Estado sírio", indicou a mesma nota informativa.
Os dois líderes "sublinharam a importância de coordenar os esforços (...) com a participação da Turquia", que apoia as fações rebeldes no território sírio, referiu ainda o comunicado.
Em setembro de 2017, Rússia, Irão e Turquia patrocinaram o chamado Acordo de Astana, que visava reduzir a intensidade dos combates no terreno para criar as condições para um acordo político que ditasse o fim da guerra civil na Síria, iniciada em 2011.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Andrei Rudenko, garantiu hoje, em declarações recolhidas pela agência oficial TASS, que a Rússia não descarta uma reunião tripartida.
No passado sábado, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, manteve conversações telefónicas com os seus homólogos do Irão e da Turquia, Abbas Araghchi e Hakan Fidan, respetivamente.
O contingente russo na Síria admitiu no domingo ter bombardeado posições rebeldes nas províncias de Idlib, Hama e Alepo em coordenação com o exército sírio.
Tanto os meios de comunicação oficiais como o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), uma organização não-governamental (ONG) com sede no Reino Unido mas que possui uma vasta rede de informadores no terreno, têm vindo a noticiar há dias ataques conduzidos por aviões russos.
Em setembro de 2015, Putin ordenou uma operação militar que impediu a deposição de Bashar al-Assad, um aliado tradicional de Moscovo. Atualmente, a situação de prontidão das forças armadas russas é um bocado diferente por causa do conflito na Ucrânia, iniciado em fevereiro de 2022.
Uma coligação de grupos rebeldes liderados pelos islamitas do Hayat Tahrir al-Sham (HTS, a Organização pela Libertação do Levante, também conhecido como Al-Qaida na Síria) lançou na quarta-feira uma ofensiva relâmpago no norte da Síria e tomou controlo da maior parte de Alepo, a segunda maior cidade do país, e de várias outras localidades, nomeadamente na província de Hama.
As fações islâmicas e outros grupos apoiados pela Turquia conseguiram expulsar o exército do regime de Bashar al-Assad de grande parte da cidade de Alepo e de outras zonas do nordeste da Síria.
A ofensiva no norte da Síria já fez mais de 400 mortos, incluindo várias dezenas de civis, segundo o OSDH.
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