"Nada que diga respeito à Ucrânia será decidido sem a Ucrânia", garantiu o chefe de Governo alemão, durante uma visita de um dia a Kyiv.
"A Rússia não pode ditar a paz à Ucrânia", acrescentou Scholz, explicando que quer "explorar formas que possam conduzir a uma paz justa e duradoura para a Ucrânia".
Para o conseguir, Kyiv deve estar "numa posição de força" no terreno, argumentou o chanceler alemão, recordando os 28 mil milhões de euros gastos por Berlim desde o início do conflito, em apoio militar a Kyiv.
Este montante faz da Alemanha o segundo maior fornecedor de ajuda militar a Kyiv, a seguir aos Estados Unidos.
Olaf Scholz prometeu ainda ajuda a Kyiv face aos ataques russos contra infraestruturas energéticas.
Contudo, apesar dos repetidos pedidos de Kyiv, o chanceler mantém a recusa de fornecer a Kyiv mísseis de longo alcance que lhe permitam atacar o território russo, a fim de evitar uma escalada com Moscovo.
"Estamos constantemente a trabalhar para encontrar um maior consenso sobre a questão [dos mísseis] 'Taurus'", informou Zelensky, durante uma conferência de imprensa conjunta com o líder alemão.
Mas, para já, o chanceler alemão não parece ceder nesta matéria, alegando temer que o uso de mísseis 'Taurus' possa criar uma escalada de tensão com Moscovo, enquanto Zelensky insiste que este tipo de armamento é essencial para "atacar mais alvos militares na Rússia".
A Alemanha vai entregar novo equipamento militar à Ucrânia até ao final do ano, incluindo defesa antiaérea, num pacote de ajuda no valor de 650 milhões de euros, de acordo com informações divulgadas por Berlim em outubro passado.
A viagem de um dia a Kyiv de Scholz ocorre numa altura em que as forças ucranianas estão a recuar na frente de combate e em plena contagem decrescente para a chegada, em janeiro, de Donald Trump à Casa Branca (presidência dos Estados Unidos). A mudança de administração em Washington está a suscitar receios de um possível fim (ou diminuição) da ajuda norte-americana a Kyiv.
A visita acontece também pouco mais de duas semanas depois de uma conversa telefónica entre o chanceler alemão e o presidente russo, Vladimir Putin, a primeira desde dezembro de 2022.
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kyiv também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
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