Esquerda e extrema-direita apresentam moções de censura contra Barnier

A esquerda francesa e a extrema-direita de Marine Le Pen apresentaram hoje, tal como tinham anunciado durante a tarde, moções de censura contra o governo do primeiro-ministro Michel Barnier.

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© Remon Haazen/Getty Images

Lusa
02/12/2024 22:16 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

França

O próprio líder conservador abriu a porta à sua queda, ao recorrer a um mecanismo constitucional (artigo 49.3) para aprovar os orçamentos da Segurança Social para 2025, evitando a votação parlamentar, dada a sua falta de apoio político.

 

"A esquerda apresenta hoje esta moção de censura com gravidade e responsabilidade, porque nunca esteve ao lado da instabilidade e do caos. Mas a ausência de diálogo, o desrespeito pelas propostas apresentadas e pelo trabalho parlamentar tornam a censura necessária", afirmam os deputados da coligação Nova Frente Popular (NFP) em comunicado.

A medida apresentada por este grupo de esquerda - que inclui socialistas, insubmissos, comunistas e ecologistas - é a que tem mais probabilidades de ser bem sucedida, uma vez que a líder da extrema-direita, Marine Le Pen, declarou imediatamente que os seus deputados se juntariam a ela para derrubar o atual governo.

O partido de Le Pen, a União Nacional (RN, na sigla em francês), também apresentou a sua própria moção de censura, embora esta tenha menos probabilidades de ser bem sucedida, uma vez que a esquerda evita sistematicamente aderir às iniciativas da extrema-direita.

Em todo o caso, seria a soma dos deputados da esquerda, que é a primeira força em número de deputados, com os do RN (que é o terceiro maior grupo da Assembleia) que permitiria alcançar a maioria absoluta necessária para aprovar a moção de censura.

Do lado dos conservadores e do centro macronista, que são as forças que apoiam o atual governo em minoria parlamentar, foi avisado que a queda do governo de Barnier - que chegou ao poder em 05 de setembro, depois de um verão de completo impasse político - mergulharia a França no caos e a deixaria em território "desconhecido".

O Presidente francês, Emmanuel Macron, que se encontra numa viagem de Estado à Arábia Saudita, ainda não se pronunciou, embora fontes do Eliseu tenham dito ao canal de televisão BFM que o chefe de Estado quer "estabilidade", embora admita que o futuro de Barnier está nas mãos da Assembleia.

A votação das moções de censura deverá ter lugar na quarta-feira à tarde, mas poderá também ter lugar na quinta-feira de manhã, dependendo do acordo das forças parlamentares.

A moção da esquerda, que foi apresentada mais cedo, será debatida em primeiro lugar.

Leia Também: Da política à carteira: O que acontecerá em França se o governo cair?

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