Secção israelita da Amnistia Internacional contesta acusações de genocídio

A secção israelita da Amnistia Internacional contestou hoje as acusações da 'organização-mãe' de genocídio por parte de Israel na Faixa de Gaza e apelou a uma investigação de "crimes graves".

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Lusa
05/12/2024 16:46 ‧ 05/12/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

A posição da Amnistia Internacional "não é a da Amnistia Israel", reagiu esta última na respetiva página na Internet.

 

"[A secção israelita da Amnistia Internacional] não aceita a acusação de que Israel está a cometer genocídio, com base nas informações de que dispõe", referiu num comunicado publicado no 'site', afirmando-se, contudo, "preocupada" com "o facto de terem sido cometidos crimes graves em Gaza".

"Estes crimes devem ser investigados", assinalou na mesma nota informativa.

A Amnistia Internacional publicou hoje um relatório acusando Israel de "cometer genocídio" contra os palestinianos na Faixa de Gaza desde o início da guerra, a 07 de outubro de 2023, apelando à comunidade internacional para não ser "cúmplice".

"Mês após mês, Israel tem tratado os palestinianos de Gaza como um grupo de sub-humanos, indignos de respeito pelos direitos humanos e pela dignidade, demonstrando a sua intenção de os destruir fisicamente", afirmou a secretária-geral da organização internacional de defesa e promoção dos direitos humanos, Agnès Callamard.

O relatório de 300 páginas da Amnistia Internacional destaca "elementos suficientes para concluir que Israel cometeu e continua a cometer genocídio contra os palestinianos na Faixa de Gaza" desde o ataque sem precedentes do movimento islâmico palestiniano Hamas, a 07 de outubro de 2023, no sul de Israel, que desencadeou a atual guerra.

Em reação, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita rejeitou o relatório da organização internacional, com sede em Londres.

"A deplorável e fanática organização Amnistia Internacional produziu mais uma vez um relatório fabricado que é totalmente falso e baseado em mentiras", disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita em comunicado.

"[O] massacre genocida de 07 de outubro de 2023 foi levado a cabo pela organização terrorista Hamas contra cidadãos israelitas. Desde então, os cidadãos israelitas têm sido sujeitos a ataques diários em sete frentes diferentes. Israel defende-se contra estes ataques agindo em total conformidade com as normas internacionais lei", referiu a diplomacia israelita na mesma nota.

Por seu lado, a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) saudou o relatório da Amnistia Internacional, considerando-o "baseado em provas".

"A Amnistia é uma organização mundial credível que baseia os seus relatórios em provas", declarou à agência noticiosa France-Presse (AFP) Ahmad al-Dik, conselheiro do ministro dos Negócios Estrangeiros palestiniano.

No relatório, a Amnistia Internacional denunciou também a existência de crimes perpetrados pelo Hamas, anunciando paralelamente que publicará em breve um relatório sobre a ação que considera criminosa do movimento islamita palestiniano, que controla a Faixa de Gaza desde 2007.

O ataque do Hamas levou à morte de 1.208 pessoas do lado israelita, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.

No ataque de 07 de outubro de 2023, 251 pessoas foram raptadas em território israelita, 97 continuam presas em Gaza, 35 das quais foram declaradas mortas pelo exército israelita.

Peritos independentes da ONU têm acusado repetidamente Israel de cometer "genocídio" na Faixa de Gaza. Em dezembro de 2023, a África do Sul apresentou um processo no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), principal órgão judicial da ONU, a acusar Israel de cometer "genocídio".

A 21 de novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de captura contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o seu antigo ministro da Defesa Yoav Gallant por crimes contra a humanidade e crimes de guerra em Gaza.

Desde o início da guerra lançada em retaliação por Israel, 44.580 pessoas foram mortas em Gaza, a maioria civis, segundo os dados hoje divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza, tutelado pelo Hamas, considerados fiáveis pela ONU.

Leia Também: Hamas saúda acusação a Israel de "genocídio" na Faixa de Gaza

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