França. Socialistas pedem novo primeiro-ministro de esquerda

O primeiro-secretário do Partido Socialista (PS) francês, Olivier Faure, apelou hoje a "um primeiro-ministro de esquerda" e a "uma mudança de direção" política, antes de reunir com o Presidente francês para discutir um novo Governo.

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© Ludovic Marin/AFP via Getty Images

Lusa
06/12/2024 12:20 ‧ 06/12/2024 por Lusa

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"Só um primeiro-ministro de esquerda está hoje em condições de garantir esta nova direção", afirmou Olivier Faure, que algumas horas antes da reunião com Emmanuel Macron disse que o seu partido estava disposto a dialogar com o campo presidencial e a direita com base em "concessões recíprocas".

 

Para o primeiro-secretário do PS (membro da coligação de esquerda Nova Frente Popular), o diálogo com outras forças políticas não significa uma renúncia àquilo que o partido defende, referiu aos jornalistas presentes no Palácio do Eliseu, acompanhado do líder dos deputados do PS, Boris Vallaud, e do homólogo do Senado, Patrick Kanner.

Olivier Faure disse estar preocupado com o facto de o chefe de Estado francês "ainda não ter chamado nem os comunistas nem os ecologistas, que manifestaram a sua vontade de participar numa abordagem construtiva" para a formação de um novo governo.

A Nova Frente Popular (NFP), composta pelo PS, Ecologistas, Comunistas (PCF) e esquerda radical França Insubmissa (LFI), encontra-se assim num momento de divisão, já que a LFI se excluiu das negociações com a direita e o partido presidencial e apela pela demissão de Emmanuel Macron.

A secretária-geral dos Ecologistas, Marine Tondelier, a pedir uma reunião com o Presidente francês ao não ter recebido qualquer convite ao contrário do que aconteceu com outros dirigentes partidários.

Também o secretário nacional do PCF, Fabien Roussel, excluído das consultas de sexta-feira, publicou uma mensagem na rede social X dirigida ao Presidente francês, apelando à "construção de um pacto republicano e social".

"Estamos perfeitamente conscientes de que nenhuma coligação detém a maioria absoluta, o que obriga cada grupo político a trabalhar em conjunto em compromissos", afirmou, acrescentando que "não estava a pedir a aplicação da totalidade da Constituição francesa".

Para os centristas e a direita, trabalhar com os socialistas e os ecologistas implica que se separem do partido de esquerda radical LFI, com o qual formam a principal força da Assembleia Nacional.

O líder da LFI, Jean-Luc Mélenchon, reagiu aos comentários de Olivier Faure, afirmando que "nada do que Olivier Faure diz ou faz" é em nome do NFP, sobretudo negociar com os macronistas e com a direita.

"A LFI não deu qualquer mandato a Olivier Faure, nem para ir sozinho a esta reunião, nem para negociar um acordo e fazer "concessões recíprocas" a Macron e LR [partido de direita republicana]", afirmou na rede social X.

Na quinta-feira, o Presidente francês anunciou que irá nomear "nos próximos dias" um primeiro-ministro que lidere um "governo de unidade nacional" e reiterou que irá cumprir o seu mandato integralmente, defendendo "um caminho claro" para os próximos 30 meses.

O chefe de Estado criticou a destituição do Governo de Michel Barnier (centro-direita), em funções há três meses, na quarta-feira, com os votos do bloco da esquerda e da extrema-direita (União Nacional) numa moção de censura na Assembleia Nacional ao Governo minoritário de centro-direita.

Leia Também: Esquerda radical francesa vetará qualquer primeiro-ministro não esquerdista

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